A internet brasileira parece ter se especializado nesse tipo de assunto que não vai além do próprio círculo onde são gerados, numa fofocaiada que em alguns casos não tem a durabilidade de um semestre. São assuntos sem substância que, no entanto, atormentam os internautas enquanto duram. É difícil abrir um site em que a bobagem não esteja sendo publicada o tempo todo.
É o caso do caso do apresentador do CQC, Rafinha Bastos. O assunto até que vem durando e hoje veio com a informação de que o muito citado acabou sendo demitido do programa.
Fatos como este geralmente nunca são explicados direito. O interesse geral é esticar o assunto. Na mão de um bom jornalista e em um site com orientação editorial de mínima qualidade seria um assunto que não passaria de um único texto curto. Mas o caso vai se alongando sem que haja preocupação em tocar no essencial do fato. E nem mesmo chamam as coisas pelo devido nome.
Todos os sites dizem que o problema de Rafinha Bastos foi com uma “piada” (aspas minhas), uma fala que todos já devem estar sabendo. Num comentário rápido sobre Wanessa Camargo o “humorista” (aspas também minhas) disse que “comeria ela e o bebê”. Soube depois que a moça é cantora e está grávida. Fecha o pano, não?
Piada? É mesmo? Ele disse que "comeria" (e a afirmação foi com sentido sexual) a criança e a mãe da criança e isso foi ao ar numa rede de televisão? Pois foi assim. E ainda tem gente querendo passar por inocente nesta irresponsabilidade coletiva.
Para começar, não é correto chamar um comentário tolo desses de “piada”. Isso não é humor. No geral, a televisão brasileira é uma porcaria, mas historicamente sempre teve bons humoristas. Não é o caso desse tipo de programa que busca audiência de forma sensacionalista constrangendo artistas e políticos.
O comentário de Rafinha Bastos é apenas grosseiro e seria de pronto anulado até numa mesa de bar, onde se pode jogar conversa fora, porém sem aceitar qualquer lixo. Um cara desses está mais para espalha rodinhas do que para humorista. Por força do trabalho (ou do hábito, o que dá no mesmo) fui atrás do que ele vem fazendo e vi trechos desse negócio que agora todo mundo faz, o tal “stand up”, algo que Chico Anysio e Jô Soares fizeram há década com muita competência, mas que sempre chamaram de show.
Se for catalogado dentro do humor brasileiro, o que vi do Rafinha Bastos é uma involução. Fraco mesmo. E sempre grosseiro. Impressiona-me que alguém pague ingresso para ver esse tipo de coisa. Tem uma piada que também ficou famosa no rol de suas grosserias. Nela ele diz que mulher feia tem que agradecer se for estuprada, que é de uma falta de graça total. Noutro texto sem graça ele fica tentando fazer piada com um estado de que não me lembro o nome: a tentativa de humor consiste em repetir muitas vezes que neste lugar as pessoas são feias. É espantoso que alguém diga tamanhas besteiras e que ainda tenha quem pague para ouvir.
Mas, voltando ao caso da demissão pela fala de mau gosto. O assunto fecha no fato de que não é a primeira vez que o tal Rafinha Bastos apronta uma grosseria, mas enquanto deu para faturar a direção do programa e da Rede Bandeirantes foi explorando a popularidade do apresentador. A bem da verdade, a direção da TV só acordou para a dimensão do problema bem tarde.
Será que na emissora não tem alguém que veja problema num absurdo desses de "comer a mãe e a criança" sem precisar esperar a indignação geral?
Dizem que a besteira saiu ao vivo. Não sei, não assisto ao programa e até pensei que tudo seria gravado. Mas, no vídeo que está na internet o âncora do programa, Marcelo Tass, teve apenas uma reação boboca quando Rafinha Bastos falou a barbaridade. Tass já está bem velhinho para discernir na hora o que pode dar problema, não?
E se não tiver essa habilidade, não serve para ser o apresentador responsável pelo tom de um programa metido a engraçado. Tass não fez de imediato nenhuma condenação à grosseria, ele que tentou passar como um homem de espírito liberal no episódio da entrevista polêmica do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
O caso Rafinha Bastos é muito simples. Ele disse uma grosseria que em muitas mesas de bar seria uma boa justificativa para expulsá-lo do bar e dependendo da turma isso poderia ser feito até aos tapas.
A demissão de Rafinha Bastos foi injusta. Mas só porque toda a equipe do programa não recebeu também um pé na bunda.
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POR José Pires
É o caso do caso do apresentador do CQC, Rafinha Bastos. O assunto até que vem durando e hoje veio com a informação de que o muito citado acabou sendo demitido do programa.
Fatos como este geralmente nunca são explicados direito. O interesse geral é esticar o assunto. Na mão de um bom jornalista e em um site com orientação editorial de mínima qualidade seria um assunto que não passaria de um único texto curto. Mas o caso vai se alongando sem que haja preocupação em tocar no essencial do fato. E nem mesmo chamam as coisas pelo devido nome.
Todos os sites dizem que o problema de Rafinha Bastos foi com uma “piada” (aspas minhas), uma fala que todos já devem estar sabendo. Num comentário rápido sobre Wanessa Camargo o “humorista” (aspas também minhas) disse que “comeria ela e o bebê”. Soube depois que a moça é cantora e está grávida. Fecha o pano, não?
Piada? É mesmo? Ele disse que "comeria" (e a afirmação foi com sentido sexual) a criança e a mãe da criança e isso foi ao ar numa rede de televisão? Pois foi assim. E ainda tem gente querendo passar por inocente nesta irresponsabilidade coletiva.
Para começar, não é correto chamar um comentário tolo desses de “piada”. Isso não é humor. No geral, a televisão brasileira é uma porcaria, mas historicamente sempre teve bons humoristas. Não é o caso desse tipo de programa que busca audiência de forma sensacionalista constrangendo artistas e políticos.
O comentário de Rafinha Bastos é apenas grosseiro e seria de pronto anulado até numa mesa de bar, onde se pode jogar conversa fora, porém sem aceitar qualquer lixo. Um cara desses está mais para espalha rodinhas do que para humorista. Por força do trabalho (ou do hábito, o que dá no mesmo) fui atrás do que ele vem fazendo e vi trechos desse negócio que agora todo mundo faz, o tal “stand up”, algo que Chico Anysio e Jô Soares fizeram há década com muita competência, mas que sempre chamaram de show.
Se for catalogado dentro do humor brasileiro, o que vi do Rafinha Bastos é uma involução. Fraco mesmo. E sempre grosseiro. Impressiona-me que alguém pague ingresso para ver esse tipo de coisa. Tem uma piada que também ficou famosa no rol de suas grosserias. Nela ele diz que mulher feia tem que agradecer se for estuprada, que é de uma falta de graça total. Noutro texto sem graça ele fica tentando fazer piada com um estado de que não me lembro o nome: a tentativa de humor consiste em repetir muitas vezes que neste lugar as pessoas são feias. É espantoso que alguém diga tamanhas besteiras e que ainda tenha quem pague para ouvir.
Mas, voltando ao caso da demissão pela fala de mau gosto. O assunto fecha no fato de que não é a primeira vez que o tal Rafinha Bastos apronta uma grosseria, mas enquanto deu para faturar a direção do programa e da Rede Bandeirantes foi explorando a popularidade do apresentador. A bem da verdade, a direção da TV só acordou para a dimensão do problema bem tarde.
Será que na emissora não tem alguém que veja problema num absurdo desses de "comer a mãe e a criança" sem precisar esperar a indignação geral?
Dizem que a besteira saiu ao vivo. Não sei, não assisto ao programa e até pensei que tudo seria gravado. Mas, no vídeo que está na internet o âncora do programa, Marcelo Tass, teve apenas uma reação boboca quando Rafinha Bastos falou a barbaridade. Tass já está bem velhinho para discernir na hora o que pode dar problema, não?
E se não tiver essa habilidade, não serve para ser o apresentador responsável pelo tom de um programa metido a engraçado. Tass não fez de imediato nenhuma condenação à grosseria, ele que tentou passar como um homem de espírito liberal no episódio da entrevista polêmica do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
O caso Rafinha Bastos é muito simples. Ele disse uma grosseria que em muitas mesas de bar seria uma boa justificativa para expulsá-lo do bar e dependendo da turma isso poderia ser feito até aos tapas.
A demissão de Rafinha Bastos foi injusta. Mas só porque toda a equipe do programa não recebeu também um pé na bunda.
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POR José Pires
3 comentários:
nossa a sua dialética é muita fraca; você não defendeu uma ideia central e a ambiguidade de seus comentários polui o texto de forma patética .
Não entendi as suas conexões .
Falou merda. Você certamente é político ou puxa saco deles, ou simplesmente um idiota mesmo. Eles não fazem piada, eles apenas falam verdades que envergonham os políticos...você nem olha o programa, então não fala o que nao sabe.
Na internet tem sido muito visto manifestações de defesa ao Rafinha Bastos .
Quando Boris Casoy fez uma piada contra os garis, a grande maioria da população o julgou e criticou muito, e muitos desses mesmos agora defendem o Rafinha Bastos que fez uma piada de conteúdo pedófilo.Tenho a certeza de que se Rafinha tivesse feito a piada de Boris, também seria defendido pela população, e se Boris ( e qualquer outra pessoa) tivesse feito a mesma piada de Rafinha , seria julgado e criticado pelos mesmos que defendem o Rafinha. Não estou defendendo nem acusando nenhum dos dois, só fico triste em saber que o povo brasileiro não julga as pessoa por suas ATITUDES mas julgam pelo seu CARISMA e por sua INFLUENCIA, ou seja, se o cara tiver carisma e for influente pode falar ou fazer QUALQUER COISA, que a população brasileira o aplaudirá ou o defenderá.
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