quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O controle do Estado, dos porões ao cotidiano do cidadão

Debaixo de um cartum publicado na quinta-feira passada Newton Moratto publicou um comentário onde analisa de forma bastante acertada o tema em questão, que é o do controle que vai se ampliando sobre a vida dos brasileiros. Vou republicá-lo aqui:


"Jota, este cartum é uma síntese da realidade atual inserida nos porões (ou banheiros) dos aparelhos estatais, não só policiais.

Interessante que serve também como metáfora para situações semelhantes, mas que não necessariamente a tortura ocorre fisicamente.

A principal tortura, hoje, é a da chantagem, contudo a brutalidade é a mesma. Se chantageia para contar, não contar, e para parar de contar. Ainda bem que é difícil achar a medida exata. É nesta falta de precisão que se escapa uma ou outra informação, que ao vir à tona se avoluma com outras tantas, que às vezes sequer faziam sentido.

Isto é o que permite haver algum - pequeno é verdade - controle sobre a máquina governamental.

É provável que ninguém tenha presenciado um diálogo deste teor. Porém, alguma dúvida que ele tenha ocorrido de uma forma ou de outra, explicita ou implicitamente? É uma realidade por detrás de outra realidade.

As questões atinentes a corrupção, sobretudo aquelas recentes, pode-se fazer deduções muito parecidas, e ninguém se arriscaria a dizer que a ilação é ilegítima.

Penso que é possível escrever muitas laudas sobre as sensações e as reflexões que o desenho e o texto causa. Sem contar aquelas que brotam de uma intuição, sem esforço, que não se exprime por palavras.

É melhor curtir do que descrever..."

Newton Moratto

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