quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Pacotão de mais do mesmo


Em um pacotão de estilo marqueteiro, a presidente Dilma Rousseff anunciou 13 ministros para seu próximo governo. Essa fixação dos petistas em conceitos bobinhos de propaganda já está até patética, mas se ficassem só em 13 até que estava bom. No entanto, Dilma não mostra nenhuma intenção de enxugar as três dezenas de ministérios. Aliás, acho que os companheiros até ficariam mais felizes se em vez do 13 o partido tivesse o número dos tucanos. Já pensou a farra que daria pra fazer com 45 ministérios? Mas eles ainda chegam lá.

No ministério está confirmado um belo tapa na cara da turma que defendia Dilma de forma encarniçada antes das eleições. E é só um dos tabefes. Desde que Dilma foi reeleita a militância ficou até mais vermelha de tanta mão na cara. Porém, eles darão sempre a outra face. E não é por humildade. É de sem-vergonhice mesmo.

A senadora Kátia Abreu será a ministra da Agricultura. Ela é uma das fazendeiras mais odiadas pelos petistas, que a acusaram até de defensora do trabalho escravo. O MST já saiu às ruas várias vezes tratando a senadora pelos piores nomes. A militância sempre lembrou também que ela já foi ganhadora do “Troféu Motosserra”, prêmio criado pelo Greenpeace. Enfim, a ministra nomeada é o pior que podia acontecer para entortar ainda mais a cabeça de um petista.

Mas entre a claque governista tudo muda quanto à opinião sobre caráter quando se trata de aliados, ainda mais quando o tipo é vira-casacas, como é o caso de Kátia Abreu. Não se ataca mais a senadora nos blogs governistas e a militância calou sobre seus defeitos. Tudo mudou com a grande amizade que ela adquiriu por Dilma, depois dela passar anos dizendo que o PT foi a pior coisa que aconteceu para o país. Ainda haverá o dia em que a nova ministra será alçada ao panteão dos heróis virtuosos do PT, ao lado dos mensaleiros José Dirceu. José Genoino e Delúbio Soares.

O pacotão de 13 ministros de Dilma traz também o irmão de Ciro Gomes, o ex-governador cearense Cid Gomes, que vai para a Educação. Esse tapa deve ter ardido também na cara dos companheiros, já que eles falam tanto na importância da educação. É também uma piada pronta, porque os Gomes não são educados coisa nenhuma. E tem também Gilberto Kassab, no ministério de Cidades. Quando ocupava a prefeitura de São Paulo ele era acusado por todos os petistas de ser um péssimo prefeito, mas logo veremos os companheiros tecendo elogios à sua admirável capacidade como administrador.

Teremos mais uma equipe de governo terrível de suportar. E o pior é que, pelo feitio propagandístico, esses parecem ser os melhores nomes. Mas na minha visão, a nomeação mais definidora do lamentável estado a que chegamos é a de Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho, do Pará. Ele vai para o Secretaria de Aquicultura e Pesca. Barbalhinho como ministro comprova o que venho falando sempre aqui, de que a política atual não é representativa coisa nenhuma do conjunto dos brasileiros. Embora tenha feito uma campanha muito cara e contado com apoio extremado do ex-presidente Lula, Barbalhinho perdeu a eleição de governador no Pará para Simão Jatene (PSDB). Ou seja, o povo paraense votou certo e anulou a jogada do clã chefiado por Jader Barbalho. E agora, como se vê com esse prêmio de consolação dado pelo governo do PT, mesmo quando o eleitor vota corretamente recusando candidato nefasto logo vem um reforço do poder para que eles permaneçam na política.
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POR José Pires

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