quarta-feira, 18 de março de 2015

Demissão na pátria educadora


A "pátria educadora" de Dilma Rousseff já havia começado mal com a nomeação como ministro da Educação do ex-governador do Ceará, Cid Gomes. Já era uma piada pronta porque Gomes é conhecido pela má educação. Ele e o irmão, Ciro Gomes, são famosos pelos quiproquós que arrumam. Tem até vídeos na internet que mostram as encrencas que eles arrumam. De início, a escolha deste slogan para o novo mandato de Dilma já era de uma infelicidade sem tamanho, mas não há nada que um petista não consiga piorar. Então colocaram Cid Gomes na Educação.

O ex-governador acaba de entrar para a história como um fenômeno político difícil de ser suplantado. É com certeza o ministro de menor duração no cargo neste período petista e também um dos mais rapidinhos de toda a nossa história. Não durou três meses. Foi demitido agora há pouco pela presidente Dilma Rousseff, depois de bater boca com deputados na Câmara. E ele estava lá atendendo à convocação oficial para explicar a frase de que “a Câmara tem 300 a 400 achacadores”. Pois é, seu comparecimento era para botar panos quentes na polêmica e ocorreu o contrário. Brigou feio com os parlamentares. Ele chegou a dar de dedo no presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que prefere ser acusado de "mal educado"do que ser acusado de achacar empresas, o que, de fato, é mesmo a atual condição de Cunha, envolvido no escândalo da Petrobras.

A bem da verdade, nesta conversa de "deputados achacadores", a maioria dos brasileiros teria discordância com o efêmero ministro apenas na questão dos números, uns achando que é mais do que ele falou e outros com a opinião de que é um pouco menos (talvez 285 ou 286 achacadores). Mas o caso é que um governo de ouvidos zunindo de tanto panelaço não pode de forma alguma sustentar ministro levando sua panela para bater na Câmara. Então Dilma foi obrigada a demiti-lo, o que é também inédito neste país em que presidente da República nunca demite ministro. Eles sempre se demitem, mesmo quando é muito óbvio o pé na bunda. Desta forma, Cid Gomes também nisso coloca seu nome na história. É o primeirão a ser demitido. Valeu a passagem pra lá de fugaz na Educação do governo da "pátria educadora".
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POR José Pires

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