sábado, 4 de abril de 2015

Desvio psicológico


Petista é capaz de inventar qualquer coisa para fugir do enfrentamento sobre o que faz, que é na maioria das vezes o contrário do que prometeu fazer. E isso inclui roubar, é claro, mas tem também os deslizes menores da costumeira chateação inclusive com os amigos. No passado o PT vivia apontando o dedo para todos e afirmando em documentos do partido e nos palanques que resgataria de forma absoluta a ética na política. Pois os brasileiros viram no que deu: nunca na história brasileira um partido aprontou tanto contra a ética. Daí o veio o monte de lorotas que arrumam para desconversar. Agora até nivelam mensaleiro e ladrão da Petrobras com hábitos safados de alguns brasileiros, como furar fila do caixa.

Então, em meio à esta derrocada moral, até ficou triste o sofrimento do engajado que não consegue sair dessa por causa da dificuldade de andar com as próprias pernas e seguir caminhos diferentes daqueles definidos pelos dogmas do partido. É o problema de quem teima em manter sua opção política mesmo depois de se ver cercado de ladrões dos cofres públicos. Existe a dificuldade de mandar os companheiros para aquele lugar e ir por outro caminho, andando com as próprias pernas à procura de caminhos diferentes da cartilha do partido. Aí o sujeito tem que acreditar até em vídeo da internet com o Lula dizendo que está indignado com a corrupção. Mas agora não está fácil de passar isso para adiante. Daí o militante perde o eixo.

Um remédio para este governista desenxabido seria deitar num divã para reordenar a cabeça ou até mesmo buscar a cura com terapias alternativas, conforme a filosofia de cada um. Mas ao invés do divã, eles seguem na divagação. Usam ainda a mesma receita que os deixou abilolados, catando temas que possam resgatar não só a autoestima como também aquela atratividade pessoal de outrora, quando os amigos (ou plateias maiores, para alguns) estavam sempre prontos a ouvir seus leros sobre a transformação da política brasileira, a proteção do Estado aos mais pobres e (ai, ai, ai...) o resgate da ética.

Coitado do militante, ninguém mais leva suas lorotas a sério hoje em dia, nem em papo de bar ou no churrasco do fim de semana. Aí então esses desacorçoados apoiadores do partido do Lula ficam buscando qualquer assunto para permitir algum suporte às suas desmanteladas estruturas internas e é claro que acabam achando. Se agarram na súbita preocupação com o problema da água (mas só em São Paulo) ou em qualquer outra questão que permita um discurso que, no final, é apenas um autoconsolo patético. Eles nem percebem que a máquina paraestatal de comunicação e propaganda perdeu o efeito. A atenção das pessoas agora não é com o que eles estão falando. É apenas aquele sentimento antigo que é mesmo difícil para um militante identificar porque não faz parte dos dogmas do partido: a compaixão.
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POR José Pires

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