quinta-feira, 5 de maio de 2016

Lula, suas informalidades e ingratidões

O ex-presidente Lula, que já andava inconformado com as atitudes de Rodrigo Janot, deve ter se desestabilizado totalmente depois do procurador-geral da República ter pedido ao STF que ele seja investigado no principal inquérito da Operação Lava Jato. Caso o STF aceite a denúncia Lula será alvo no inquérito que investiga crime de formação de quadrilha. É chamado de “inquérito mãe” e com ele busca-se aprofundar a investigação sobre a existência de uma organização criminosa por detrás dos crimes da Petrobrás. É o único inquérito que trata do crime de formação de quadrilha. Para o procurador, essa organização criminosa jamais teria operado sem Lula.
Janot é firme ao apontar a influência do ex-presidente. “Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse”, ele escreve no pedido ao STF. Ele afirma ainda que Lula “mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne a articulações espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava ]ato”. Ou seja, o chefão do PT estava no controle de tudo, buscando manipular até no âmbito das altas Cortes.
A posição de Janot se baseia no depoimento de delatores e nos áudios da Operação Aletheia, aquelas gravações em que Lula fala palavrões o tempo todo em vários telefonemas, ataca o STF dizendo que os ministros são covardes e ainda tem aquele revelador diálogo com a presidente Dilma, com os dois maquinando uma desavergonhada obstrução da Justiça. O engraçado é que nesses áudios Lula fala também de Janot, queixando-se da falta de gratidão dele por ter sido nomeado procurador. Numa das falas o petista insinua de forma grosseira que Janot estaria em dívida com ele. Tem criança no Facebook? Vou publicar esta fala.
Quando é avisado de que Janot estava arredio aos pedidos de um contato informal e de que por isso o único modo para chegar ao procurador seria por meio de uma petição formal, Lula diz o seguinte: “esse cara se fosse formal não seria procurador-geral da República, teria tomado no cu, teria ficado em terceiro lugar (…) Quando eles precisam não tem formalidade, quando a gente precisa é cheio de formalidade”. Pois é, este é o nível. Sabemos o tipo de informalidade que tipos como Lula querem, assim como sabemos de que “gratidão” ele fala. Espero que Janot seja muito ingrato com o Lula. A justiça e a democracia agradecem.
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POR José Pires

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