quarta-feira, 29 de agosto de 2012
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Roda Viva tira pouco de Diogo Mainardi
Há dois anos Mainardi mudou-se para Veneza com a família. Passou por aqui apenas para caitituar o livro “A queda”, escrito sobre seu filho de dez anos. O menino nasceu com paralisia cerebral, causada por um erro grosseiro no parto em um hospital veneziano.
A mudança de Mainardi para Veneza teve a ver com também com isso. Passados oito anos, a família ganhou um processo contra o hospital. Como os oito milhões de reais da indenização asseguram o futuro do filho, Mainardi resolveu ficar “sem fazer nada”, como ele diz fazendo graça durante a entrevista.
Sempre é interessante ouvir Diogo Mainardi, mas o programa desperdiçou um bom entrevistado. O que rendeu de melhor foi por conta dele, que em determinados momentos puxava um bom assunto. Mas nem assim os entrevistadores se tocavam do tema que aparecia espontaneamente.
Em razão da sua forma de escrever, enquanto esteve no Brasil Mainardi acabou encarnando um personagem brigador e irônico. Neste novo livro ele se expõe de forma diferente, mais humano, ocupado em viver profundamente o drama do filho. Havia uma chance do Roda Viva ter mais a ver com isso, trazendo para nós o ser humano que nunca apareceu na coluna da Veja. Mas não apareceram perguntas para desentocar este novo Mainardi. Teve apenas uma ou outra rápida excessão, como no momento da lembrança do amigo Ivan Lessa, que ele classifica como a pessoa mais importante na sua formação intelectual.
Outra coisa que me chamou a atenção no programa e que também não despertou interesse algum nos entrevistadores foi a menção de Mainardi ao altíssimo custo de vida em São Paulo. Foi no primeiro bloco do programa, mas nenhum dos presentes parece ter percebido. Ele disse que estava “escandalizado” com os preços e que hoje não conseguiria viver “nem 12 dias” com o que ganhava há dois anos atrás.
Não é diferente do que acontece em outras cidades brasileiras, cada qual evidentemente em seu padrão econômico. O amalucado Brasil é um país onde também os preços enlouqueceram. Mas parece que o brasileiro gosta. Dilma está aí com alta popularidade e o Lula, que Diogo Mainardi até achava que iria cair, também continua a falar suas baboseiras com o mesmo ar de mestre de antes.
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sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Parceiros de criação
Conheci mais o Solda, não tanto quanto eu gostaria, mas o suficiente para perceber como é verdadeira aquela definição de quem tem gente que é genial no que faz, mas é muito mais ainda na conversação. Já disse que o Solda é bamba em variadas artes, mas conversando é um espetáculo. O Leminski, com quem tive pouco contato, também tem fama de ter sido um ótimo papo. Imagino como foi bom os dois fazendo dupla de criação numa agência, passando o dia e muitas vezes também parte da noite trocando idéias e provocações.
É claro que a relação intensa entre eles teria de criar influências mútuas e até resultar em alguma confusão de autoria. Essa imagem que publico, por exemplo, eu sempre julguei que fosse uma criação do Leminski. Faz tempo que acho a sacada muito boa, mas pensei que fosse um auto-retrato. Achava que o Leminski tivesse apenas pedido pro pro Solda fazer com sua letra ótima de cartunista a legenda bem sacada embaixo da montagem fotográfica também muito boa.
Mas a história não foi assim. A criação é do Solda. Mas deixa ele contar como foi a coisa. Leiam este texto que tirei agora há pouco do blog dele:
"Trabalhávamos na Múltipla Propaganda, anos 80. Leminski falava o tempo todo que estava aprendendo japonês, para melhor entender a poesia japonesa. Sem nada para fazer, xeroquei a cara do Polaco e coloquei sobre uma gueixa. Tirei uma quantidade enorme de xerox e espalhei pela agência. E a minha brincadeira 'kami quase' saiu no primeiro livro de Leminski, virou nome de site e, tempos depois, ele, o Bandido que Sabia Latim, contou-me que Haroldo de Campos havia considerado a montagem 'uma descoberta genial'. Solda"
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quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Gilberto Gil acorda para a ameaça ao Xingu
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quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Mortos sem justiça
Esse tipo de notícia tem a saudável utilidade de lembrar ao brasileiro como anda a justiça em sua terra. Mostra que passados sete anos um crime bárbaro ainda não teve conclusão jurídica. O fazendeiro ainda estava em prisão preventiva, com seus advogados fazendo aquele jogo que todo mundo conhece. E mesmo para nós que vivemos longe da região onde se deu o crime não é difícil de compreender as razões do juiz que mandou trancafiar o mandante agora solto pelo STF.
Quando não existe punição a um mandante é evidente que não se rompe a cadeia de crimes. E isso é o que permite aos violentos e poderosos instituirem leis próprias sobre os cidadãos de regiões rurais do país e até nas grandes cidades, onde os métodos da pistolagem se impõem por meio de milícias paramilitares.
O assassinato da missionária teve repercussão mundial, além de ter sido um crime extremamente cruel e com o objetivo claro de eliminar uma pessoa que era um empecilho ao roubo de terras do Estado. É bom lembrar aqui algo que poucos destacam quando falam desse crime. Dorothy defendia trabalhadores rurais daquela região em conflitos de terra, mas este assunto não tinha nada a ver com a ocupação de propriedades privadas. O que estava em disputa eram terras públicas tomadas por fazendeiros.
Voltemos ao crime. Os bandidos mataram uma senhora miúda que estava sozinha e era tão pacífica quanto impedida fisicamente de qualquer reação. Não tentou nem gritar por socorro. Contam que procurou convencer seus assassinos e teria até rezado no momento dos tiros. Dizem ainda que estava com uma Bíblia, que mostrou quando perguntaram se estava armada. “Esta é a minha arma”, teria falado aos criminosos.
O assassinato foi classificado como “crime hediondo”, mais esta nossa jabuticaba. E digo jabuticaba pois temos mais um produto extraordinário, típico da incapacidade do Estado brasileiro em resolver problemas pela via normal.
Para mim, se não for em legítima defesa qualquer assassinato tem que ter tratamento rigoroso. Em caso de condenação, jogue-se fora a chave da cela até o cumprimento total da pena. Mas isso é uma opinião pessoal, é claro. E em pleno desacordo com o que temos no país.
E eu estou longe de terras dominadas por pistoleiros. Mas dá para compreender como andam as coisas no Pará e em outros estados da região com extensas áreas em processo de colonização. Mesmo com a ampla divulgação da morte da freira a ação da justiça ainda está neste andamento. Ora, isso facilita aos poderosos a pressão cotidiana sobre a vida das pessoas, com os espancamentos, torturas e assassinatos.
Trabalhadores rurais e índios sofrem nas mãos dessa canalha. No ano em que a freira Dorothy foi morta foram assassinados no campo outros 37 trabalhadores. Os dados são da Comissão Pastoral da Terra (CPT), órgão ligado à Igreja Católica. Nunca soubemos os nomes desses mortos. E nem dos que os mandaram matar.
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Vida nas cidades
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quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Nota baixa na economia
"Apenas dois anos atrás, o Brasil tirava nota A, com uma taxa de crescimento de 7,5%”, ele escreveu em seu blog. Fez isso sem destacar que tínhamos então uma eleição que Dilma precisava ganhar a qualquer custo.
O jornalista também coloca em dúvida a eficácia do pacote econômico lançado esta semana. “Quanto do novo pacote será realmente novo?”, ele pergunta, para em seguida lembrar que é preciso reformas mais profundas, como a tributária. Mas aí o Rathbone forçou. Se o governo fizer a reforma tributária de onde vão tirar grana para contentar suas bases políticas?
O pacote de Dilma tem umas privatizações envergonhadas. É o tipo de medida que já vem tarde, mas como acontece sempre com coisas do PT, o governo fica se explicando o tempo todo. Não querem assumir de forma alguma a faceta privatista.
Em economia fala-se bastante em plano B. Pois eles já têm uma nota B. E isso porque o editor do Financial Times ficou só na análise do pacote. Temos ainda outros estorvos sérios numa economia que terá de se esfalfar para alcançar 2% de crescimento. Estão aí a desindustrialização e a falta de mão de obra qualificada em todas as áreas, esta última decorrente da falência da educação em todos níveis. São problemas cujos consertos levam gerações. E é claro que antes é preciso começar
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quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Futuro em risco
Isso significa que dois terços das pessoas que frequentaram a escola saíram de lá sem aprender nada. Está todo mundo fingindo. Os que ensinam, quem aprende, e, por cima de tudo isso, toda a estrutura de governo em todas as esferas, além das instituições responsáveis por fiscalizar e cobrar que ao menos não se desenvolva a farsa coletiva em que o país se envolveu.
Outro dado terrível da pesquisa é sobre o ensino superior. Nele está o sintoma mais claro de que a situação fugiu do controle: 38% dos estudantes concluem o ensino superior sem serem plenamente alfabetizados. Mais espantoso do que saber que pessoas formadas estão assim é tomar o conhecimento de que elas conseguiram entrar na universidade.
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Joe Kubert, o mestre da síntese
Kubert nasceu na Polônia e sua família foi para os Estados Unidos quando ele tinha ainda dois meses de idade. É um dos muitos imigrantes que construíram aquela terra. Sempre foi um dos desenhistas de que mais gostei. Tem o traço sintético, com uma liberdade de mão que até foge dos padrões dos quadrinhos americanos. Seu desenho é mais próximo dos quadrinhos europeus, na linha de artistas como Moebius e Hugo Pratt.
O desenhista começou a carreira no estúdio de Will Eisner, onde foi contratado pelo criador do Spirit para “varrer o chão, apagar os restos de lápis, retocar e limpar trabalhos”, como ele mesmo diz numa ótima conversa entre os dois publicada em um livro de Eisner com a edição de várias entrevistas feitas de forma informal. São ótimas conversas sobre a técnica dos quadrinhos e a vida dos artistas. Neste livro, Eisner conversa com com vários desenhistas de quadrinhos, entre eles Jack Kirby, Neal Adams, Milton Cannif, Jack Davis e Harvey Kurtzman. Descobri na internet uma boa tradução em português da entrevista com Kubert, uma das melhores do livro. Depois publico o link.
Na minha opinião, Kubert fez o melhor Tarzan. E falo isso sobre um personagem que foi desenhado também por Hal Foster e Burne Hogarth. Ele é genial nas sequências de ação, na forma como sintetiza as figuras e as cenas. É por meio de um desenho muito simples, que conduz a história com intensidade. Quem conhece o riscado sabe que esta simplicidade não é fácil de alcançar. Sua capacidade de sugestão me lembra sempre aquela lição técnica do escritor Ernest Hemingway, quando ele ensina a importância de mostrar apenas a ponta do iceberg.
Na conversa publicada no livro de Will Eisner, ele define bem essa liberdade no desenho. Entre os quadrinhistas da sua geração era uma prática ter um esboço preliminar bem definido antes de desenhar a arte final com tinta, usando a pena e o pincel. Mas Kubert já fazia direto a partir de um rápido esquema feito à lápis. Para Eisner, ele explicou que evitava o uso de esboços detalhados porque isso acabava limitando o trabalho, com a “sensação de que tudo se torna rígido”. Nesta conversa entre dois grandes mestres, ele disse: “Toda vez que refaço um desenho, ele se torna menos espontâneo”.
Kubert desenhou vários heróis, inclusive Super-Homem e Batman, mas ficou muito conhecido como o autor do Sargento Rock, histórias de guerra que criou com o roteirista Robert Kanigher. A história se passa na Segunda Guerra Mundial, o que exigia desenhar toda aquela parafernália militar da época. É admirável sua habilidade ao passar ao leitor num traço sintético todo o clima da tensão e risco vivido nas lutas contra os nazistas.
Neal Adams, Moebius e Joe Kubert, ainda bem jovens num encontro que ocorreu em 1972. O desenhista francês Moebius, que morreu em março deste ano aos 74 anos, tinha então 34 anos......................
Neal Adams é um dos grande renovadores dos quadrinhos tradicionais da DC Comics, dos Estados Unidos. A partir da década de 70 ele deu uma grande mexida no universo de heróis como Batman e Super-Homem. O Batman feito por ele se tornou mais sombrio e realista. Seu trabalho é mais próximo da linha tradicional dos quadrinhos americanos, mas é muito bom.
Joe Kubert também é americano e sua carreira é igualmente ligada à produção editorial americana. É autor de Sargento Rock, história que se passa na Segunda Guerra Mundial, e também desenhou vários heróis conhecidos, inclusive os já citados Super-Homem e Batman. Ele veio do que há de melhor nos quadrinhos: foi assistente de Will Eisner no começo da profissão. Suas histórias do Tarzan são as melhores do famoso herói das selvas africanas. Tem um desenho sintético, absolutamente limpo e muito livre no traço. Kubert é tão hábil neste ofício que fez ficar bom até o banal herói do faroeste Tex, para o qual desenhou uma longa história.
E Moebius é o fantástico desenhista que primeiro ficou famoso com as histórias do Tenente Blueberry, passadas no velho oeste americano, mas com suas revistas editadas na França. Estas ele assinava como Jean Giraud, ou Gir. Do velho oeste ele saltou para histórias de ficção científica ou situadas em mundos tão estranho que parecem estar mais no círculo de sonhos jamais imaginados. Foi quando virou Moebius e com esta assinatura elevou os quadrinhos a um patamar artístico de grande beleza e criatividade.
A cena mostra os três logo depois de eles terminarem o desenho que está atrás e cuja feitura foi toda filmada. Para ver o vídeo, clique aqui.
(Publicação original no dia 27 de maio de 2012)
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sábado, 11 de agosto de 2012
As cotas do poder

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Insulto racialista
Veja o que o senador disse: “É uma reparação de anos e anos de exclusão racial e social. Não é justo que o preto e pobre trabalhe de dia para pagar a universidade e estudar à noite enquanto o branco descansa o dia todo”.
É impressionante, mas não é espantoso, pois a militância racialista que defende as cotas tem seguido um discurso parecido, numa linha de confrontação com os brancos. Mas eu quero perguntar aos brancos do PT ou às pessoas que costumam defender este governo se quando fizeram a universidade descansavam o dia todo. Eu não conheço branco nenhum que tenha descansado à larga, como diz o senador petista. E olhem que tenho relações pessoais com muita gente que fez o ensino superior.
O que sei é de muito brancos que tiveram de se esforçar muito para fazer um curso superior, muitos deles tendo que trabalhar enquanto estudavam e a maioria se mantendo com dificuldade com o pouco que a família podia dispor. E todos, com certeza, com os custos da sua preparação em escolas privadas sendo pagos com o maior esforço por seus pais, depois que estes perderam a confiança numa educação pública abandonada pelos dirigentes deste país.
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Mensalão e outras palavras
Aliás, a própria criação do... mensalão foi exatamente para encaminhar este projeto de submissão do país a um único partido. A perenização do PT no poder ter ia uma base na compra dos votos de parlamentares de outros partidos. O mensalão foi um dos ataques mais graves já feitos à democracia no Brasil acabou sendo descoberto apenas porque houve um desacordo na partilha com o PTB de Roberto Jefferson.
A idéia da censura ao uso da palavra “mensalão” é tão estúpida que até virou piada, mas que ninguém duvide que os petistas ainda a levem adiante. Não seria a primeira vez que eles assumiriam com fanatismo uma proposta idiota. Mas caso os advogados petistas resolvam encaminhar uma ação jurídica para censurar a palavra “mensalão” seria muito mais prático juntar uma porção de palavras incômodas ao PT.
A lista é muito grande, já que as tretas são tantas que este partido pode estrelar uma vasta enciclopédia de escândalos de corrrupção e outros delitos. Como uma modesta contribuição damos aqui uma pequena lista do que pode ser proibido junto com a palavra... mensalão.
CASO LUBECA TONINHO DO PT, DOSSIÊ VEDOIN, CASO CELSO DANIEL, ALOPRADOS, BURATTI, LEÃO LEÃO, DINHEIRO DE CUBA NA CAMPANHA, DÓLARES NA CUECA, BINGOS, FARC, FORO DE SÃO PAULO, DELTA, CASEIRO FRANCENILDO, SANGUESSUGAS, RENANGATE, DOSSIÊ FALSO CONTRA RUTH CARDOSO, COMPADRE DO LULA, CASO DOS CARTÕES CORPORATIVOS, OKAMOTTO E A DÍVIDA DO PT, TAPIOCA, PROPINA NO MINISTÉRIO DO TRABALHO, BANCOOP, SATIAGRAHA, GAMECORP, LULINHA, CORREIOS, CPI DAS ONGS, BANCO PANAMERICANO, CASO ERENICE GUERRA......................
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terça-feira, 7 de agosto de 2012
Coloque outra ficha
Se fosse pobre roubando xampu em supermercado o xilindró já estaria com a porta trancada, mas neste caso o processo ainda vai longe até determinar uma possível penalização da TIM. Se é que vai acontecer alguma coisa, pois todas as operadoras vêm aprontando há bastante tempo com o consumidor e a Anatel só deu as caras neste período eleitoral. É duvidoso que o governo mantenha esta presteza após as eleições.
O governo do PT já vai completar dez anos. A privatização das teles é de antes de Lula botar a faixa na barriga. Mas só em novembro a Anatel pretende começar uma fiscalização para acompanhar os problemas nos planos de internet fixa e móvel. Se é que vai começar mesmo, pois, repito, em menos de três meses não será mais preciso caitituar o voto do eleitor.
A avaliação feita pela Anatel sobre as quedas nas ligações do plano Infinity mostra que o lucro é grande. Em um único dia (8 de março deste ano) a grana embolsada pela empresa com as interrupções chega a R$ 4,3 milhões. Segundo os sites que deram a notícia, a TIM foi procurada mas não se manifestou sobre a ação. E se o usuário quiser ligar para saber de alguma coisa, com certeza vai ficar ouvindo aquele lero-lero gravado que todas as operadoras colocam para forçar o consumidor a desistir de qualquer queixa.
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sábado, 4 de agosto de 2012
Unidade tardia
Mas o que chama a atenção mesmo é quando o ex-presidente paraguaio diz que eles estão se reunindo todos os dias para discutir um projeto nacional, lembrando que "nunca antes 12 partidos e oito movimentos sentaram juntos".
Na época da ditadura no Brasil falava-se muito que a esquerda só se unia na cadeia e isso era um fato. Todos esses movimentos de esquerda, incluindo os grupos armados, sofriam rachas o tempo todo. Chega a ser estúpida a ideia de um grupo reduzido de pessoas que ao mesmo tempo em que são acossadas por uma polícia cruel brigam entre si e criam dissidências. Mas a esquerda armada era capaz disso.
Mesmo o projeto de uma ampla frente democrática contra a ditadura militar sofria o tempo todo ataques desses setores políticos. Em vários momentos essa esquerda que depois criou o PT batia mais nos democratas do que na ditadura. Enfim, o pessoal não se unia mesmo a não ser na cadeia.
Mas está aí uma novidade vinda do Paraguai. A esquerda se une também quando é chutada do poder.
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quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Futilidade fora de hora
Foi o que aconteceu nesses dias com Andressa Mendonça, mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Hoje ela pagou R$ 100 mil para evitar ser presa, mas antes disso ela vinha sendo tratada por muitos como se fosse uma doce criatura desvinculada de Cachoeira e sua ilegalidades. Era a bela apaixonada que derramava lágrimas pelo m arido.
Como sempre a idiotia foi às alturas. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) chegou a elogiar o que ela disse sobre o marido numa entrevista. As palavras de Miro Teixeira: “A senhora do Cachoeira [ela mesma, Andressa Mendonça] foi muito feliz ao dizer, em uma entrevista, que a vida ia muito bem quando ele só mexia com bingos. Que quando começou a se meter com políticos corruptos, ele começou a se dar muito mal”.
Coitado do Cachoeira, não é mesmo? Levava uma vida pacata com seus bingos até que teve o caminho desvirtuado por maus políticos. E isso saiu da boca de um dos deputados mais antigos do Congresso. Puta velha, como se diz em vários lugares, inclusive em Brasília. Sorte que Andressa Mendonça quase foi presa depois de acusada de chantagem ao juiz, senão o deputado poderia ser capaz até de chamar a “senhora do Cachoeira” para ajudar nos trabalhos da CPI.
A chantagem ao juiz fez da aparição de Andressa Mendonça um jogo rápido. Neste caso, a “musa” escancarou logo ao que veio, mas se não tivesse acontecido uma coisa dessas ainda teríamos que aguentar muito besteirol em torno dela. Talvez pintasse até um bom convite da Playboy para (com todo o respeito) a “senhora da Cachoeira”.
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POR José Pires
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Imagem: Andressa Mendonça, a "musa" que virou abóbora muito cedo, num recorte do site do jornal "Extra" nos poucos dias em que encantou um certo tipo de jornalismo.
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terça-feira, 31 de julho de 2012
Caindo fora
E não é o único caso jurídico em que a presença de Thomaz Bastos parece que foi bem desgastante para a sua imagem. É óbvio que ele deve ganhar bastante dinheiro com isso, mas será que o custo-benefício compensa? O ex-ministro alcançou uma condição em que sua presença num tribunal sempre chama mais atenção que a do réu que defende. É claro que sendo assim, dependendo do caso é impossível distanciá-lo das implicações políticas do crime de que seu cliente é acusado.
Além da defesa de Cachoeira o ex-ministro também participa do julgamento do mensalão. Defende um dos peixes menores do cardume de tubarões ligados ao PT, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado. Mas até isso torna sua presença no caso mais suspeita.
O caso do bicheiro Cachoeira interessa tanto ao ex-presidente Lula — seu chefe quando ele era ministro da Justiça — que até resultou numa CPI que o PT pretendia usar para atingir os adversários. E o mensalão guarda relações estreitíssimas com Thomaz Bastos. O caso estourou quando ele comandava a pasta da Justiça, mas no entanto, sua atuação foi no sentido de apoiar as autoridades e dirigentes políticos acusados do crime, atuando até no papel de conselheiro jurídico e político de mensaleiros e também de Lula.
Sei que no Brasil pode até parecer purismo, mas ainda acredito que o dever de um ministro da Justiça numa situação daquelas tinha que ser o de agir com rigor e buscar o esclarecimento, até porque aquele esquema pretendia golpear a próprio funcionamento do Estado.
Mas o fato é que quando foi ministro ele atuou políticamente de forma intensa durante as crises do governo Lula e depois veio pegar esses dois casos cabeludíssimos e de tantas relações com o interesse de Lula e seus companheiros. A saída do caso Cachoeira só ameniza o pesado desgaste de ter entrado. E no mensalão ele não tem outro jeito senão de ir até o fim.
Independente do que aconteça daqui pra frente, politicamente Thomaz Bastos já foi derrotado nos dois casos, pois foi atingido de forma inapelável na sua imagem. É impressionante ver alguém tão experiente cometer desse jeito um erro após o outro. Me parece que faltou ao ex-ministro a assessoria de um Márcio Thomaz Bastos.
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POR José Pires
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Imagem: O então ministro Márcio Thomaz Bastos em reunião com o chefe e o então colega José Dirceu, citado pela PGR como o "chefe da quadrilha" do mensalão.
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Pagando sempre mais caro
Mas o índice da The Economist não é para comer Big Mac. A comparação é feita para medir poder de compra. Em tese, sendo um produto padronizado e existente em todo mundo, o preço do Big Mac daria uma ideia da economia em diversos países e permitiria uma comparação do poder de compra. Na interpretação de economistas o índice divulgado hoje aponta uma sobrevalorização do real em mais de 10% em relação ao dólar.
Pode até valer esta porcentagem na comparação entre as moedas, mas é claro que na vida prática o índice Big Mac mostra que a vida pesa no Brasil bem mais do que estes 10%. Mesmo se pensarmos apenas no sanduíche, na comparação do preço do lanche teria de haver também a relaçao entre a média salarial de americanos e brasileiros. E além disso, a receita teria de conter os demais custos de cada povo em seu país. É muito mais fácil para um americano juntar as crianças e ir comer Big Mac na lanchonete, já que nos Estados Unidos ele não tem de arcar com outros custos cotidianos que pesam muito no bolso do brasileiro.
Além do índice Big Mac, temos no Brasil o “Índice Telefonia”, “Índice Habitação”, “Índice Internet”, "Índice Informática", “Índice Transporte”, “Índice Educação”, “Índice Segurança”, além de outros índices que incluem uma variedade de produtos e serviços que no Brasil sempre pesam muito mais para o consumidor. Aqui temos até o “Índice Juros” e também o “Índice Serviços Bancários”. E nem vou me aprofundar na comparação entre a qualidade do que somos obrigados a comprar aqui e aquilo que o consumidor americano tem à sua disposição. Os Big Macs podem ser até parecidos, mas o resto do que se compra no Brasil é sempre inferior ao que se tem lá fora. E o brasileiro vai engolindo.
Evidentemente estou citando os americanos em razão do nome que esta porcaria de sanduíche deu ao índice, mas vários preços no Brasil são muito altos em comparação com muitos países de população com poder aquisitivo bem maior do que o nosso. É mais barato comer em restaurantes de bom nível em Paris do que em restaurantes de cidades como São Paulo ou Rio de janeiro
E além do preço do Big Mac o brasileiro paga também por meio de altos impostos por muita coisa que nem consegue receber. Como exemplo de um só ítem, na Noruega o Big Mac custa mais caro do que aqui, mas o norueguês paga só pelo que comer. Não precisa contratar segurança monitorada para sua casa, aumentar o muro, colocar cerca elétrica, pagar caro por seguro contra roubo ou então morar em condomínio ou apartamento com custos semelhantes. E nem corre o risco de ser roubado ou assassinado quando volta para casa do McDonald's.
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POR José Pires
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sábado, 28 de julho de 2012
Recesso eleitoral
Está aí uma contribuição (revolucionária, repito) do PT para uma reforma judiciária. Políticos só poderiam ser julgados ano sim e ano não, já que nos anos pares temos eleição no Brasil. Com certeza a ideia teria uma acolhida favorável e entusiasmada no Congresso Nacional. E já que o protelamento de julgamento é praticamente uma especialização da advocacia no Brasil, os advogados iriam empurrando os processos para anos eleitorais.
Uma novidade dessas evitaria de vez qualquer julgamento de político corrupto, o que, por sua vez, também livraria nossos tribunais do trabalho de inocentá-los, que é o que acaba acontecendo na maioria das vezes.
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POR José Pires
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