Nesses dias vem rolando com sucesso nas redes sociais a foto de uma mulher, soldado das Forças de Defesa de Israel, levando preso um terrorista do Hamas. A cena revela um contraste importante nesta guerra na Faixa de Gaza, depois do ataque criminoso do grupo terrorista, na invasão de 7 de outubro, quando os terroristas mataram em único dia cerca de 1200 pessoas, com uma crueldade impressionante, fuzilando jovens desarmados em um festival de música, aniquilando famílias inteiras, torturando idosos e crianças, para depois sequestrar com violência mais de uma centena de reféns. Ainda estão em poder do Hamas 110 reféns e 19 corpos permanecem em Gaza.
A foto da militar israelense em ação simboliza muito bem uma diferença que precisa ser levada em conta no conflito em Gaza. Naturalmente, terroristas que obedecem fanaticamente doutrinas de forte conteúdo machista devem ter detestado a imagem. A Faixa de Gaza é dominada por uma ditadura religiosa, onde direitos femininos não existem. É muito parecido com o Irã, que de fato manda no Hamas. No país dominado pelos aiatolás, como se sabe, mulheres são reprimidas por milícias religiosas na rua se deixarem visíveis os cabelos. Elas podem até ser mortas, como aconteceu recentemente.
Chega a ser ridículo a lacração de jovens exaltados nas ruas de países europeus e dos Estados Unidos, com algumas moças usando panos na cabeça como um charme estético. Em Gaza ou no Irã, essas mulheres seriam obrigadas a se cobrir e sair de cena. Até homossexuais caem no engodo de lideranças enganadoras, que esperam apenas o momento certo para dar o golpe mortal.
Do mesmo modo que mulheres são tidas como seres de segunda categoria, homossexuais não são tolerados em nenhum país de governo islâmico. Podem ir para a prisão ou sofrer castigo pior. As condições carcerárias são do pior tipo. As condenações nesses países sempre tem um tom de humilhação, com um descaso absoluto de qualquer respeito humano. As punições costumam ser públicas. A liberdade individual comum nos países em que manifestantes gritam de ódio, pode dar em açoitamento, até pena de morte e mesmo linchamento nos lugares onde mandam governos como o do Hamas.
Será que é tão difícil assim imaginar o que querem para o mundo tipos como os terroristas que massacraram os jovens no festival de música? Esta não é uma guerra apenas de Israel, nem mesmo exclusiva dos judeus, que estão agora lutando para manter a única democracia do Oriente Médio. Por detrás do Hamas, da parte dos financiadores dos terroristas, que estabelecem as estratégias e determinam as ações criminosas, o plano é a desestabilização das democracias ocidentais. Faz parte desse plano horrendo a chantagem política com o lamento mentiroso pelas vítimas civis da guerra, que sempre foram usadas pelos terroristas como escudos humanos.
Daí o contraste dessa foto que viralizou na internet. A mensagem é clara. Em Israel o regime político é secular. A liberdade é plena, evidentemente estendida às mulheres, o que não acontece em países islâmicos, muito menos na Faixa de Gaza. É fácil conferir o que estou dizendo. Observe a ausência de mulheres em atividades públicas durante este conflito. Não aparecem nem nas cenas de resgate, nos lugares bombardeados. Mesmo nos hospitais. Estão sempre em segundo plano e totalmente encobertas com panos, inclusive mantendo os cabelos bem encobertos ou podem apanhar na rua, como no Irã.
Com Israel acontece o contrário, o que mostra a foto da guerreira arrastando o terrorista. Por sinal, esta presença atuante da mulher israelense deve ser um dos motivos do ódio raivoso dos terroristas do Hamas. Durante a invasão de 7 de outubro foi marcante nas atrocidades os abusos e humilhações dirigidos às mulheres. Vídeos e fotos mostram a intolerância criminosa do Hamas com a liberdade feminina. A alegria dos jovens no festival de música ao lado da fronteira entre Israel e Gaza, com as moças vestidas sem limitações morais, provavelmente deve ter aguçado o ódio dos assassinos fanáticos.
Estas são questões que deveriam ser melhor observadas por quem se expõe criando um clima de fortalecimento do grupo terrorista Hamas, que no fundo é o resultado dessas manifestações de rua e posts nas redes sociais, mesmo quando mascaradas como apelos à paz e preocupação com vítimas inocentes. Não esqueçam que os bombardeios terroristas mirando em alvos civis acontecem até agora sobre Israel.
Cabe lembrar também que essa guerra começou com as atrocidades do Hamas na invasão à Israel, com uma violenta matança de mais de mil pessoas, estupros, abusos contra crianças e idosos, uma violência cruel contra inocentes, além do bombardeio maciço de mais de cinco mil foguetes dirigidos às cidades em apenas um dia. Só não morreu mais gente no 7 de outubro e não acontece uma mortandade em Israel até agora porque, ao contrário do Hamas, os israelenses procuram primeiro proteger a população civil. Não fazem de escudo os inocentes.
Estou do lado dos que desejam que a imagem da moça de Israel conduzindo o terrorista — a liberdade submetendo o terror — seja o que nos reserva o futuro desta guerra que não é apenas dos israelenses. O Hamas, com seu amplo significado de opressão e terror, faz parte de um plano contra todos nós. O que aconteceu no 7 de outubro tem que ser visto como um alerta sobre os riscos que corre a democracia, uma revelação violenta de uma estratégia criminosa de aniquilação de direitos e da liberdade.
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Por José Pires