A denúncia que envolve Argello e Roriz tem outros elementos graves. A revista “Veja” afirma em reportagem recente que os R$ 2,2 milhões citados acima – fato flagrado em uma conversa telefônica de Roriz – teriam sido utilizados para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Brasília.
A revista publicou trechos de conversas entre Roriz e Argello, onde os dois travam o seguinte diálogo:
Argello – O Agnelo (refere-se a Agnelo Queiroz, ex-ministro e candidato derrotado ao Senado) me disse que a decisão foi comprada. É isso mesmo?
Roriz – É isso mesmo. Achei que o processo não ia dar em nada, mas tivemos de resolver. Tivemos de comprar dois.
“Veja” informa que conseguiu acesso à conversa com um político próximo de Roriz. Segundo esta fonte, “comprar dois” significa subornar dois juízes do TRE de Brasília. E o fato é que Roriz teve mesmo uma condenação revertida naquele tribunal. Um dos juízes mudou o voto e rejeitou a acusação por uso da máquina pública e propaganda ilegal.
Algo que chama a atenção na conversa entre os dois políticos – e que revela o papel nocivo da figura do suplente na política brasileira – é quando Roriz lembra à Argello que o mandato de senador também lhe pertencia. “O mandato também é seu, você precisa me ajudar”, disse Roriz.
Aliás, o ex-senador Roriz montou uma chaopa barra-pesada. É a comprovação cabal da necessidade de se acabar com a figura do senador suplente. Em agosto o TSE vai julgar o caso novamente, atendendo a recurso feito pelo Ministério Público e o PC do B. Uma condenação atingirá Roriz e seus dois suplentes: Argelo, que assumiu o mandato, e o segundo suplente, o engenheiro Marcos de Almeida Castro.
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POR José Pires
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