A situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se complica cada vez mais. As novas denúncias que surgem são ainda piores do que as anteriores. Em reportagem de capa, a “Veja” desta semana denuncia que Calheiros teria usado "laranjas" para a compra de duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas, em um negócio feito em dinheiro vivo.
A procuradoria-geral da República também pediu abertura de inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). E o partido Democratas (DEM) promete ingressar nesta semana com nova representação para investigar as novas denúncias feitas pela revista.
Na semana passada o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) já havia entrado com outra representação contra Calheiros para investigar a denúncia de que ele teria beneficiado a empresa Schincariol em negociações com o INSS, além das acusações de "grilagem" de terras em Alagoas, feitas em parceria com o irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).
É também do Psol a iniciativa da representação que gerou o processo que corre contra o senador, que está sendo investigado pelo Conselho de Ética do Senado sobre a acusação de que teria usado recursos da empresa Mendes Júnior para pagar despesas pessoais como pensão alimentícia e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. A acusação foi publicada também pela revista “Veja” em maio.
Na tentativa de fugir da acusação e comprovar que teria renda para os gastos com a ex-amante, Calheiros contou uma história sobre venda de bois. O enredo rende até hoje. Primeiro o senador apresentou notas suspeitas, algumas rasuradas e outras com números de série que não conferem.
E depois a TV Globo fez uma reportagem revelando que as pessoas com quem Calheiros alegou ter feito negócios não tinham meios financeiros para as compras de gado.
E a história do senador continua, feito novela brega. Na última quarta-feira aconteceu um assalto ao Frigorífico Mafrial, uma das empresas citadas como compradora pelo presidente do Senado. O Mafrial é uma peça importante no processo que corre no Senado. Funcionários do frigorífico disseram à polícia que um dos bandidos perguntou sobre “os documentos do Renan”.
Acontece que uma perícia na documentação da Mafrial está nos planos da Polícia Federal, que a pedido da Comissão de Ética vem fazendo uma investigação em todos os documentos da defesa de Calheiros. A PF ainda não visitou o frigorífico. E agora existe a possibilidade que os assaltantes tenham encontrado “os documentos do Renan”.
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POR José Pires
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