Uma das fotos mais comoventes da política brasileira é a do ex-ministro José Dirceu chorando nos braços de Fidel Castro. O fato ocorreu no final de setembro de 2003. Ao ser abraçado por Fidel Castro no Palácio da Revolução, o então ministro-chefe da Casa Civil não resistiu e chorou.
Fidel é conhecido no mundo como o “comandante supremo” da ilha e isso se deve em parte, no aspecto formal, digamos, ao seu título de Comandante Supremo das Forças Armadas de Cuba.
Não caiamos em nenhuma arenga anticomunista, mas relatos de gente com credibilidade dão conta de que Fidel Castro é bem chato. Por que chorar então em seu ombro? Coisa de José Dirceu.
O dramaturgo americano Arthur Miller conta em um texto memorável sobre um jantar com Castro em Cuba. O encontro havia sido arranjado por Gabriel García Márquez. Participaram as pessoas da comitiva do americano. Com o “comandante supremo” não há bate-papo. O que se exige, segundo Miller, são “abordagens a diversas idéias que vinham à cabeça do Líder”.
Miller e seu grupo sentaram-se para o jantar com Castro por volta das 21h30. Por volta das 2h, Miller teve que pedir para que o jantar acabasse. Gárcia Márquez já cochilava e Castro falava, falava,falava, falava, e falava, em um monólogo interminável que alcançaria o nascer do sol se o dramaturgo não interviesse.
Mas por que estou falando dessa chateação em um jantar com o líder cubano? É que com o julgamento de “Mensalão”, José Dirceu já pode se orgulhar de ostentar um título semelhante ao de Fidel Castro. E não estou dizendo que o ex-ministro e deputado cassado é chato. É que o ministro-relator do caso no STF classificou Dirceu de “comandante supremo" da trama do "Mensalão".
Pois foi. E já é algo para se orgulhar na carreira política. Afinal, ser “comandante supremo” não é para qualquer um.
IMPRENSA EXEMPLAR Falando em Cuba, sempre dou uma espiada no Granma, diário mais importante da ilha. Agora, com o julgamento do “Mensalão”, tenho lido todos os dias o site do jornal na internet. Até o momento não saiu nada sobre o “Mensalão”.
Nem com a aceitação da denúncia, quando o STF juntou os quarenta acusados no banco dos réus, inclusive com a acusação de formação de quadrilha e corrupção ativa ao homem que chorou no ombro de Castro, o Granma se dignou a dar sequer uma pequena nota sobre o assunto.
Bem, se Dirceu chorou (como ministro do governo Lula) no abraço com o outro “comandante supremo”, então seu governo deve ser referência para o de Lula.
Como petista anda reclamando muito da imprensa, então a referência só pode ser essa: a imprensa cubana. Com uma imprensa dessas Dirceu iria chorar de felicidade.
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POR José Pires
Fidel é conhecido no mundo como o “comandante supremo” da ilha e isso se deve em parte, no aspecto formal, digamos, ao seu título de Comandante Supremo das Forças Armadas de Cuba.
Não caiamos em nenhuma arenga anticomunista, mas relatos de gente com credibilidade dão conta de que Fidel Castro é bem chato. Por que chorar então em seu ombro? Coisa de José Dirceu.
O dramaturgo americano Arthur Miller conta em um texto memorável sobre um jantar com Castro em Cuba. O encontro havia sido arranjado por Gabriel García Márquez. Participaram as pessoas da comitiva do americano. Com o “comandante supremo” não há bate-papo. O que se exige, segundo Miller, são “abordagens a diversas idéias que vinham à cabeça do Líder”.
Miller e seu grupo sentaram-se para o jantar com Castro por volta das 21h30. Por volta das 2h, Miller teve que pedir para que o jantar acabasse. Gárcia Márquez já cochilava e Castro falava, falava,falava, falava, e falava, em um monólogo interminável que alcançaria o nascer do sol se o dramaturgo não interviesse.
Mas por que estou falando dessa chateação em um jantar com o líder cubano? É que com o julgamento de “Mensalão”, José Dirceu já pode se orgulhar de ostentar um título semelhante ao de Fidel Castro. E não estou dizendo que o ex-ministro e deputado cassado é chato. É que o ministro-relator do caso no STF classificou Dirceu de “comandante supremo" da trama do "Mensalão".
Pois foi. E já é algo para se orgulhar na carreira política. Afinal, ser “comandante supremo” não é para qualquer um.
IMPRENSA EXEMPLAR Falando em Cuba, sempre dou uma espiada no Granma, diário mais importante da ilha. Agora, com o julgamento do “Mensalão”, tenho lido todos os dias o site do jornal na internet. Até o momento não saiu nada sobre o “Mensalão”.
Nem com a aceitação da denúncia, quando o STF juntou os quarenta acusados no banco dos réus, inclusive com a acusação de formação de quadrilha e corrupção ativa ao homem que chorou no ombro de Castro, o Granma se dignou a dar sequer uma pequena nota sobre o assunto.
Bem, se Dirceu chorou (como ministro do governo Lula) no abraço com o outro “comandante supremo”, então seu governo deve ser referência para o de Lula.
Como petista anda reclamando muito da imprensa, então a referência só pode ser essa: a imprensa cubana. Com uma imprensa dessas Dirceu iria chorar de felicidade.
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POR José Pires
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