quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Vaias ainda atormentam Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua preocupado com o risco das vaias que recebeu na abertura dos Jogos Pan-americanos desencadearem um processo nacional de repúdio à sua figura. Os sinais para isso sua assessoria já percebeu. Cerca de uma semana depois do repúdio no Pan, Lula recebeu vaias no lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Aracaju (SE).

Na abertura do Pan, na segunda semana de agosto, para fugir das vaias, Lula teve um procedimento inédito: foi a primeira vez que um presidente da República deixou de abrir o evento.

Por temer novas vaias, o presidente não compareceu neste domingo, 29, à cerimônia de encerramento dos Jogos no Maracanã, mas mesmo assim foi alvo de protestos. Quando o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, citou Lula em seu discurso, grande parte do Maracanã começou a vaiá-lo. Aconteceu a mesma coisa quando seu nome foi mencionado pelo presidente da Odepa (organização responsável pela realização do Pan), Mario Vasquez Rama.

Ontem em Cuiabá, em evento fechado ao público, Lula voltou ao tema. Segundo ele, as ameaças de protestos em todo o país não o farão ficar no gabinete em Brasília.

O presidente, aparentemente, já combinou com seus assessores uma tática dispersiva em relação ao perigo das vaias. A técnica é antiga: vai pela desqualificação das críticas.

Em sua fala, em tom de palanque, Lula tentou relacionar seus críticos aos apoiadores do golpe militar de 64 e aos que “levaram Getúlio Vargas ao suicídio”.

Para ele, os que desejam vaiá-lo são os que estão ganhando muito dinheiro no país. Lula lançou um desafio aos que organizam manifestações contra ele: “Estou realizando esta solenidade em lugar fechado porque é um ato institucional. Não estou fazendo comício. Mas se alguns quiserem brincar com a democracia, sabem que ninguém neste país consegue mais gente na rua do que eu”.
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POR José Pires

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