sábado, 8 de setembro de 2007

Gente do “Mensalão” também está nessa

Na trama denunciada por Veja despontam os nomes de dois altos dirigentes do BMG. De seu presidente, Ricardo Guimarães, e de Marcus Vinicius Vieira, um dos diretores jurídicos do banco.

A revista não lembrou na reportagem, mas conto eu, que o banco está gravemente implicado no escândalo do “Mensalão”. Se há relação entre os dois casos, é cedo para dizer, mas levanta suspeitas o fato de o BMG estar também envolvido nesta denúncia.

Eu me espantaria se a conexão entre os dois casos for apenas a participação do BMG.

Na ação do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre o “Mensalão” está dito que o BMG injetou “recursos milionários na empreitada delituosa, mediante empréstimos simulados”.

A cúpula do BMG só não foi denunciada por crime de formação de quadrilha apenas pelo fato de que naquele momento ainda não haviam elementos comprobatórios. Mas o procurador-geral afirma no próprio documento que a atuação do banco será aprofundada na segunda etapa das investigações criminais.

Até o momento o que ficou comprovado é que o BMG foi “flagrantemente” beneficiado por ações do núcleo político-partidário do esquema. Segundo o documento o banco teve garantido “lucros bilionários na operacionalização de empréstimos consignados de servidores públicos, pensionistas e aposentados do INSS”.

O procurador-geral também revela seu estranhamento com o fato de um banco como o BMG, sem ser banco pagador de benefícios previdenciários e com poucas agências ter conseguido a autorização para efetuar os chamados empréstimos consignados.

Os pareceres da área jurídica do INSS foram contrários. E, além disso, a regulamentação vigente naquela ocasião permitia a habilitação apenas de bancos pagadores de benefícios.

Segundo a ação do procurador-geral, o então presidente do INSS, Carlos Bezerra – que aparece na matéria da Veja recebendo 150.000 reais de Lins em um hotel –adotou diversas providências para permitir a atuação do BMG nesse mercado.
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POR José Pires

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