segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Mais um ministro lulista encrencado

Encrenca no governo Lula já se tornou coisa banal. E, assim como há males que vem para bem, para eles encrencas novas acabam sendo úteis, pois acabam servido de cortina para as outras sujeiras, que somem da pauta da imprensa.

Lula tem mais um ministro encrencado. É Alfredo Nascimento, do ministério dos Transportes. Trata-se de um cumpanhêro dos mais queridos, pois é ministro desde o primeiro mandato. Saiu para se reeleger senador pelo Amazonas e foi recolocado na função por Lula no segundo mandato.

Ele é do PL, que mudou o nome para PR após fusão com o Prona; por aí já se vê que o partido é coisa fina. Mas o ex-PL é muito mais do que isso. Veja abaixo.

Nesta segunda-feira, 10, o ministro de Lula vai a julgamento no TRE amazonense.

O Ministério Público Eleitoral local pediu a cassação do diploma de senador do ministro de Lula por abuso de poder econômico e uso de caixa dois nas eleições de 2006.

Abuso de poder econômico é nada menos que compra de votos. E uso de caixa dois é aquele negócio que Lula, medindo o mundo com o metro de suas amizades, acha que “todo mundo faz”. Ele tentava livrar seus colegas do “Mensalão”. A procuradoria-geral da República não engoliu o engrupimento lulista e mandou todo mundo para o banco dos réus.

Algo interessante no processo contra Nascimento é que as peças de propaganda do ministro denunciadas pelo Ministério Público traziam o nome do presidente da República.

É evidente que também para este caso, Lula tem o velho álibi Carolina: não viu nada da sua janela no Planalto. Mas a verdade é que, caso o seu ministro tenha o mandato cassado, Lula vai ter mais uma trabalheira danada para desconversar sobre a regularidade com que sua base aliada se mete em maracutaias.

RICA ALIANÇA O ex-PL realmente é uma marca-símbolo do governo do PT. Foi com este partido que Lula começou a acenar para os setores conservadores e para a direita brasileira garantindo que era um candidato muito "confiável".

O PL percebeu rápido, só a esquerda é que demorou a pegar. A esquerda brasileira é muito parecida com a loura burra. A diferença é que não é tão bonita quanto.

O ex-PL está encrencado também no “Mensalão”. Seu então presidente, Valdemar Costa Neto, renunciou para não ser cassado. Outro figurão do partido, Bispo Rodrigues, da igreja de Edir Macedo, também renunciou. Costa Neto é réu no caso “Mensalão” por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha; Bispo Rodrigues é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-PL é protagonista de uma história emblemática do período Lula. Foi a reunião decisiva para a entrada do partido na candidatura Lula em 2002. O encontro foi na casa do então deputado petista Paulo Rocha, que renunciou para não ser cassado. Rocha também é réu, acusado por lavagem de dinheiro.

“Estavam lá o Lula, o José Alencar [vice de Lula], o Dirceu e o Delúbio”, contou o próprio Valdemar Costa Neto à imprensa.

Houve um impasse para a aliança. O objetivo, segundo Costa Neto, era pedir R$ 20 milhões “para levar uns R$ 15 milhões”. Então José Alencar telefonou dizendo que Lula iria para lá resolver o assunto.

A aliança acabou ficando em R$ 10 milhões para o PL. Costa Neto disse que o presidente sabia sobre o dinheiro destinado ao PL. “O Lula foi lá para bater o martelo”, ele disse.


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POR José Pires

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