Autobiografia também merece atenta leitura
A autobiografia de Doris Lessing também deveria ser livro de cabeceira da esquerda. A edição publicada no Brasil é péssima, mas vale pelo conteúdo. Foi publicada em dois volumes (Debaixo da Minha Pele e Andando na Sombra) pela “Companhia das Letras”, numa edição malfeita, sem sequer um índice onomástico, o que torna complicado qualquer busca no livro. E não é a primeira vez que a “Companhia das Letras” faz isso.
E o livro ainda traz uma falha muito estranha. O Caderno Dourado, seu livro mais conhecido, é chamado o tempo todo de "O Carnê Dourado", inclusive na apresentação da contracapa. Ora, no Brasil nunca existiu este livro. O que se editou por aqui foi O Caderno Dourado, uma tradução bem mais correta, pois a protagonista do romance escreve em cadernos – são cinco, de cores diferentes – sendo o caderno dourado a pretensa síntese de todos eles.
Além do mais, no Brasil um carnê é algo com que se paga contas numa loja. Ou será que na editora brasileira alguém escreve anotações pessoais em um carnê e não em um caderno? Pode ser. Não me espantaria se agora com o Nobel a “Companhia das Letras” das letras lançar o livro de Doris Lessing com esse título idiota.
Mas, repito, o conteúdo é de altíssima qualidade. A autobiografia é um relato sincero. Lessing não faz de conta que viveu uma vida de heroína, como ocorre em certas autobiografias. Expõe seus erros políticos, desacertos sentimentais e toda sua busca existencial sem meias-palavras, com franqueza e simplicidade.
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POR José Pires
A autobiografia de Doris Lessing também deveria ser livro de cabeceira da esquerda. A edição publicada no Brasil é péssima, mas vale pelo conteúdo. Foi publicada em dois volumes (Debaixo da Minha Pele e Andando na Sombra) pela “Companhia das Letras”, numa edição malfeita, sem sequer um índice onomástico, o que torna complicado qualquer busca no livro. E não é a primeira vez que a “Companhia das Letras” faz isso.
E o livro ainda traz uma falha muito estranha. O Caderno Dourado, seu livro mais conhecido, é chamado o tempo todo de "O Carnê Dourado", inclusive na apresentação da contracapa. Ora, no Brasil nunca existiu este livro. O que se editou por aqui foi O Caderno Dourado, uma tradução bem mais correta, pois a protagonista do romance escreve em cadernos – são cinco, de cores diferentes – sendo o caderno dourado a pretensa síntese de todos eles.
Além do mais, no Brasil um carnê é algo com que se paga contas numa loja. Ou será que na editora brasileira alguém escreve anotações pessoais em um carnê e não em um caderno? Pode ser. Não me espantaria se agora com o Nobel a “Companhia das Letras” das letras lançar o livro de Doris Lessing com esse título idiota.
Mas, repito, o conteúdo é de altíssima qualidade. A autobiografia é um relato sincero. Lessing não faz de conta que viveu uma vida de heroína, como ocorre em certas autobiografias. Expõe seus erros políticos, desacertos sentimentais e toda sua busca existencial sem meias-palavras, com franqueza e simplicidade.
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POR José Pires
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