O aniversário da morte de Ernesto Che Guevara motiva a discussão sobre essa mítica figura da América Latina, mas pouca coisa boa saiu até agora do palavrório em torno do tema. Vozes à esquerda e à direita de Che Guevara têm se dedicado mais à bobagens levianas ou ao bate-boca sem conteúdo. A revista Veja deu o pontapé inicial e digo pontapé não apenas como figura de linguagem. Veja resolveu chutar o morto. A este esporte fácil se juntaram também colunistas da revista e seu blogueiro mais conhecido.
O pau em Guevara foi em uma reportagem de capa daquelas produzidas para propagandear uma tese pré-estabelecida pela revista. Neste tipo de texto é usual que dados históricos comprovados sejam deixados de lado para as fontes favoráveis serem incensadas como vozes da verdade – como é o caso do cubano exilado e agente da CIA Felix Rodríguez, a estrela da reportagem contra Guevara.
Mas não foi somente aqui que floresceu o besteirol em torno do guerrilheiro de origem argentina morto na Bolívia há 40 anos. Veja a capa acima. É de uma revista portuguesa. A leviandade histórica é absoluta, coisa de quem desconhece ou não faz questão de dar a conhecer a dimensão que Adolf Hitler tem na história humana. E muito menos Che Guevara.
Também é apenas uma facilidade gráfica. E de facilidades assim se produz muita besteira na mídia. Para dar a dimensão autoritária de Che Guevara seria, talvez, mais apropriado até trocar seu bigode ralo de Cantinflas pelo bigodão massudo de Stálin. Ou a ainda mais adequada cara bolachuda de Mao Tsé-tung. Mas cadê competência para tal? Ou talvez a idéia tenha morrido em uma discussão de pauta na redação pelo fato da face de Stálin ser pouco conhecida e a de Mao menos ainda.
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POR José Pires
O pau em Guevara foi em uma reportagem de capa daquelas produzidas para propagandear uma tese pré-estabelecida pela revista. Neste tipo de texto é usual que dados históricos comprovados sejam deixados de lado para as fontes favoráveis serem incensadas como vozes da verdade – como é o caso do cubano exilado e agente da CIA Felix Rodríguez, a estrela da reportagem contra Guevara.
Mas não foi somente aqui que floresceu o besteirol em torno do guerrilheiro de origem argentina morto na Bolívia há 40 anos. Veja a capa acima. É de uma revista portuguesa. A leviandade histórica é absoluta, coisa de quem desconhece ou não faz questão de dar a conhecer a dimensão que Adolf Hitler tem na história humana. E muito menos Che Guevara.
Também é apenas uma facilidade gráfica. E de facilidades assim se produz muita besteira na mídia. Para dar a dimensão autoritária de Che Guevara seria, talvez, mais apropriado até trocar seu bigode ralo de Cantinflas pelo bigodão massudo de Stálin. Ou a ainda mais adequada cara bolachuda de Mao Tsé-tung. Mas cadê competência para tal? Ou talvez a idéia tenha morrido em uma discussão de pauta na redação pelo fato da face de Stálin ser pouco conhecida e a de Mao menos ainda.
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POR José Pires
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