quinta-feira, 6 de março de 2008

A vítima de sempre

Duas frases de Lula. Esta: “Eles têm vaca louca e ficam dando palpite”. E esta: “Os pobres precisam tomar cuidado porque senão nós, que somos vitimas do desmatamento, que somos vítimas do aquecimento global, vamos pagar a conta, porque os protocolos internacionais só servem para os pobres”.

A primeira é sobre o embargo da carne brasileira na Europa. Lula, com sua retórica de botequim, quer que o cliente − o importador europeu − compre sua empadinha estragada e não chie. A segunda saiu de sua boca quando deu-se a revelação do aumento do desmatamento no Brasil. Em relação à discussão internacional gerada pelo assunto, Lula disse também que, aspas para sua fala, “em primeiro lugar, essas ONG's precisam plantar árvores nos países deles".

É o pensamento de um político que há pelo menos três décadas não desce do palanque. A vitimização sempre deu certo para Lula (quem não se lembra dele, na campanha eleitoral que o levou ao poder em 2002, chorando pela morte da primeira mulher que havia ocorrido há mais vinte anos?) e ele quer aplicá-la no plano internacional. E não é movido apenas pela ignorância. Existe o limite intelectual, é certo, que forçosamente o encaminha para fazer-se de coitadinho, mas Lula também defende interesses poderosos e gente com muito dinheiro.

Será interessante ver o presidente da anistia aos desmatadores criando um atalho − com a ajuda de motosserras − na consciência internacional em relação ao meio ambiente e à qualidade dos alimentos e fazendo dos países mais pobres territórios livres de inspeção e liberados também para o desmatamento. Tudo em prol do desenvolvimento dos coitadinhos da globalização.
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POR José Pires

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