terça-feira, 29 de abril de 2008

Fusão Oi/ Brasil Telecom: o Brasil na vanguarda do atraso

A compra da Telemar/Oi da Brasil Telecom é um dos maiores equívocos no qual o Brasil pode entrar, exatamente em uma época que exige expansão tecnológica e competição na área de telecomunicações. E neste negócio que vai contra os interesses do país e que beneficia apenas os dois grupos empresariais, o governo Lula pretende enfiar 2,6 bilhões de reais do BNDES. Parece piada: o contribuinte é que paga para a criação de um vasto monopólio privado.

Além do privilégio evidente às duas empresas, o negócio também lança suspeitas sobre o próprio presidente Lula que, de tão interessado no negócio, parece até disposto a correr o risco do desgaste político que pode trazer a mudança do Plano Geral de Outorgas. Para acontecer a fusão é preciso fazer a mudança, permitindo que um mesmo grupo controle duas concessionárias. O presidente Lula pode fazer isso por decreto.

A fusão joga o Brasil no atraso, exatamente quando entramos num tempo em que essa tecnologia, se não é tudo, é quase tudo. Caso a compra se efetive 78% do mercado de internet por linha discada e 59% da banda larga na chamada Região 1 (Minas, Rio e outros 16 Estados) ficam para apenas uma empresa. Ora, mas a argumentação dos defensores da privatização não era exatamente que o monopólio estatal estava condenando o Brasil ao atraso tecnológico? E o monopólio privado vai nos conduzir para onde?

Uma das melhores análises sobre o assunto que li na internet foi publicado como editorial no site Teletime. É um texto assinado por Rubens Glasberg que destrincha a trama da fusão das duas empresas em forma de perguntas muito esclarecedoras. Para ler e ficar por dentro de mais essa, clique aqui.
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POR José Pires

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