A denúncia é nova. Os negócios suspeitos da Força Sindical, porém, são bem antigos. As denúncias idem. A central sindical nasceu no ninho do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, dominado historicamente pelos pelegos sindicais. Tudo começou na década de 70 com Joaquim dos Santos Andrade, o Joaquinzão, símbolo-mor do peleguismo brasileiro.
Depois o sindicato passou para Luiz Antonio de Medeiros, criador da Força Sindical, ex-deputado federal e hoje secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho. Vejam que depois do sindicato para a fábrica ninguém volta. Agora a presidência está com Paulinho Pereira da Silva, o deputado encalacrado nas denúncias da PF.
Pelegos como Joaquinzão tinham uma relação estreita com os patrões − usavam a condição de representantes dos trabalhadores para subir na vida, conseguir privilégios para os dirigentes. E a classe operária, é claro ficava, ou fica, na mão. Atuavam para amenizar contradições e acomodar conflitos. Resumindo: colocava freios nos trabalhadores.
O apelido é bem bolado. Para quem não sabe, pelego é um apetrecho de montaria. É aquela manta que serve para amaciar o atrito entre a sela e o cavalo. No movimento trabalhista para o patrão “montar” sem atrito no trabalhador usava-se o pelego sindical.
E a esquerda sempre esteve presente nesses amaciamentos da política sindical. O peleguismo tinha uma ajuda substancial do antigo Partido Comunista Brasileiro, o lendário Pecezão. Os comunistas fortaleciam os pelegos de forma teórica e prática, com apoio político e administrativo.
Era uma vida fácil. Além da mãozinha à esquerda, a pelegada tinha também a ajuda da ditadura militar, que combatia o sindicalismo autêntico prendendo e até matando seus líderes. A repressão política caía também sobre a base de trabalhadores desses sindicatos, aterrorizando e reprimindo a oposição interna. O sindicalismo do ABC, onde Lula deu os primeiros passos na vida política, nasceu para se contrapor aos pelegos.
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POR José Pires
Depois o sindicato passou para Luiz Antonio de Medeiros, criador da Força Sindical, ex-deputado federal e hoje secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho. Vejam que depois do sindicato para a fábrica ninguém volta. Agora a presidência está com Paulinho Pereira da Silva, o deputado encalacrado nas denúncias da PF.
Pelegos como Joaquinzão tinham uma relação estreita com os patrões − usavam a condição de representantes dos trabalhadores para subir na vida, conseguir privilégios para os dirigentes. E a classe operária, é claro ficava, ou fica, na mão. Atuavam para amenizar contradições e acomodar conflitos. Resumindo: colocava freios nos trabalhadores.
O apelido é bem bolado. Para quem não sabe, pelego é um apetrecho de montaria. É aquela manta que serve para amaciar o atrito entre a sela e o cavalo. No movimento trabalhista para o patrão “montar” sem atrito no trabalhador usava-se o pelego sindical.
E a esquerda sempre esteve presente nesses amaciamentos da política sindical. O peleguismo tinha uma ajuda substancial do antigo Partido Comunista Brasileiro, o lendário Pecezão. Os comunistas fortaleciam os pelegos de forma teórica e prática, com apoio político e administrativo.
Era uma vida fácil. Além da mãozinha à esquerda, a pelegada tinha também a ajuda da ditadura militar, que combatia o sindicalismo autêntico prendendo e até matando seus líderes. A repressão política caía também sobre a base de trabalhadores desses sindicatos, aterrorizando e reprimindo a oposição interna. O sindicalismo do ABC, onde Lula deu os primeiros passos na vida política, nasceu para se contrapor aos pelegos.
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POR José Pires
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