Os petistas ainda são organizados e mantêm-se com a persistência histórica que os democratas que não rezam pela cartilha do PT bem conhecem. O partido se gaba de muito que não fez e tenta fazer o país esquecer do muito que não foi feito por causa da intransigência petista, ou birra mesmo, numa teimosia que fez muito mais estrago entre os progressistas do que para a direita ou conservadores.
A organização, que teve um de seus braços vitais detectado pela Procuradoria-Geral da República no inquérito do "Mensalão", ainda é viva, muito viva, e parece ter resolvido lá em cima que é o momento de jogar na cena política a estapafúrdia, mas nem por isso menos articulada e cínica, idéia de uma unidade entre o governo Lula e os tucanos. O pano de fundo seria o interesse da Nação.
Para isso, usam também como estandarte a imagem de Lula abraçando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no velório de Ruth Cardoso. A trama, que, dada a origem, nada tem de surpreendente, nem por isso deixa de ser perversa. É muito feito buscar tirar proveito de um instante de dor.
A manipulação já circula entre os blogs oficialescos, os chapa-brancas da internet encapuzados com a máscara da independência. Independentes nada, só navegam com o sextante apontado para a estrela do poder.
A intenção é malévola. Fazem parecer que existe de fato um aceno para a concórdia. E mais: tentam jogar uma pá de cal no histórico da intransigência petista, tão dura e inconseqüente que não permitiu a unidade nem para a derrota de Paulo Maluf no colégio eleitoral da Ditadura Militar e tampouco buscou ajudar o governo Itamar Franco no delicado período pós-Collor.
Mas a maldade é ainda maior. Acenam de forma enganosa para uma união que sabem improvável para depois acender em praça pública a fogueira da condenação dos adversários pela culpa de não terem colaborado para o impossível.
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POR José Pires
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