sexta-feira, 18 de julho de 2008

Dantas em todas, até no PT

Qual é o ponto essencial do esquema de Daniel Dantas que atinge até o Palácio do Planalto? Foi o acerto na compra da Brasil Telecom pela Oi, negócio fechado com o governo Lula agindo como corretor, agente jurídico e financiador. A criação da megaempresa passava por um acordo com o grupo Opportunity, de Dantas. No final o banqueiro levou R$ 1 bilhão.

Quando foi anunciada a estranha fusão, o jornalista Rubens Glasberg, da revista e site Teletime, fez uma série de esclarecedoras perguntas, daquelas que dispensam respostas para o entendimento da questão. Numa delas ele estranhava a necessidade da criação da empresa passar pelo acordo com o Opportunity e perguntava: Por que não processar o Opportunity por tudo o que se pensa que ele fez de errado e, uma vez decidido na Justiça, avaliar o cenário? O texto de Glasberg é de abril. A resposta acabou vindo agora, em julho, com as algemas da PF.

Para fechar o negócio Lula parece disposto até a arriscar a própria imagem política. O governo petista agiu rápido e com dureza para mudar a legislação das telecomunicações que impedia a venda. Pressionou a Anatel, agência reguladora do setor, e arrancou o empecilho. O gabinete da Casa-Civil virou escritório de representação. Seu chefe-de-gabinete foi flagrado a fazer serviços para o advogado de Dantas, que, por sua vez, tem gente sua encaixada até no Diretório Nacional do PT. Outro ator que entra no enredo − com participações especiais também em outros casos − é o compadre de Lula, o Roberto Teixeira, a alma generosa que cedeu uma casa para o presidente da República morar de graça por quase dez anos. E advogado de altíssimo prestígio, pelo que se vê de seus polpudos honorários.
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POR José Pires

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