Essa crise cansa a gente. Deve ter sido isso que pensaram os executivos da seguradora AIG quando sairam para uma semana de férias luxuosas logo depois de da empresa receber uma bolada do Federal Reserve Bak (FED), o BC norte-americano.
A AIG recebeu U$ 85 bilhões do FED em 16 de setembro, no início da crise. Poucos dias depois os executivos estavam na farra em um hotel da Califórnia, em que os quartos custam até U$ 1 mil por noite. Foi o presidente do Comitê de Supervisão e de Reformas do Governo da Câmara dos Representantes, o democrata Henry Waxman, quem denunciou o fato, informando que os executivos gastaram mais de U$ 440 mil em apenas uma semana.
Ontem, no debate com o republicano John McCain, o candidato democrata Barack Obama referiu-se ao caso dizendo que “o Tesouro tem que reclamar este dinheiro de volta e fazer que estes executivos sejam despedidos”. McCain foi mal no debate e, também, com fatos como esse ocorrendo, nem que o candidato republicano estivesse tinindo em retórica. Um conteúdo desses mata qualquer um.
A expressão "herança maldita" só não apareceu na campanha por que McCain não é brasileiro. Nesse caso ele faria como Alckmin, o Geraldo, na eleição para presidente do Brasil, e participaria com o oponente Obama na crítica ao governo Bush. FHC, coitado, apanhou pra chuchu e inclusive do Chuchu. Mas parece que norte-americano não é assim.
O recado de Obama é claro: se fosse ele o presidente, o Tesouro iria atrás desse dinheiro. McCain, claro, não pode afirmar algo assim, já que sua plataforma econômica é baseada no dogma da capacidade intrínseca do mercado em renovar-se e alcançar por si a salvação econômica.
E o comportamento do mercado tem sido bem parecido ao que fizeram os executivos da AIG: uma farra da pesada. E parece que a intenção é que a ressaca fique inteirinha para quem não participou da festa.
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POR José Pires
A AIG recebeu U$ 85 bilhões do FED em 16 de setembro, no início da crise. Poucos dias depois os executivos estavam na farra em um hotel da Califórnia, em que os quartos custam até U$ 1 mil por noite. Foi o presidente do Comitê de Supervisão e de Reformas do Governo da Câmara dos Representantes, o democrata Henry Waxman, quem denunciou o fato, informando que os executivos gastaram mais de U$ 440 mil em apenas uma semana.
Ontem, no debate com o republicano John McCain, o candidato democrata Barack Obama referiu-se ao caso dizendo que “o Tesouro tem que reclamar este dinheiro de volta e fazer que estes executivos sejam despedidos”. McCain foi mal no debate e, também, com fatos como esse ocorrendo, nem que o candidato republicano estivesse tinindo em retórica. Um conteúdo desses mata qualquer um.
A expressão "herança maldita" só não apareceu na campanha por que McCain não é brasileiro. Nesse caso ele faria como Alckmin, o Geraldo, na eleição para presidente do Brasil, e participaria com o oponente Obama na crítica ao governo Bush. FHC, coitado, apanhou pra chuchu e inclusive do Chuchu. Mas parece que norte-americano não é assim.
O recado de Obama é claro: se fosse ele o presidente, o Tesouro iria atrás desse dinheiro. McCain, claro, não pode afirmar algo assim, já que sua plataforma econômica é baseada no dogma da capacidade intrínseca do mercado em renovar-se e alcançar por si a salvação econômica.
E o comportamento do mercado tem sido bem parecido ao que fizeram os executivos da AIG: uma farra da pesada. E parece que a intenção é que a ressaca fique inteirinha para quem não participou da festa.
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