terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Cana para Daniel Dantas

O banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, foi condenado no início desta tarde a dez anos de prisão por corrupção ativa. A sentença é do juiz Fausto Martin de Sanctis. Dantas é acusado de tentar subornar um delegado da Polícia Federal para ter seu nome excluído da Operação Satiagraha, da PF. O juiz não decretou a prisão imediata de Dantas, que pode recorrer da condenação em liberdade.

O banqueiro também foi multado em R$ 12 milhões. Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom, e Hugo Chicaroni também foram condenados a sete anos e um mês de prisão cada um. Braz terá de pagar multa de R$ 1,5 milhão e Chicaroni de R$ 594 mil. Braz é autor do pagamento ao delegado da PF e Chicaroni o intermediário da tentativa de corrupção.

Ser pego por tentativa de suborno chega a ser uma ironia, considerando que o alvo da condenação parece muito bem defendido por todos os lados, contando até com um advogado como o político petista Luiz Eduardo Greenhalgh, um profissional que pode telefonar para o secretário pessoal do presidente Lula, Gilberto Carvalho, e pedir informações sobre investigações da Agência Brasileira de Inteligência, a sigilosa Abin.

Depois que teve a conversa gravada em grampo feito pela PF e publicada nos jornais, Carvalho ainda procurou justificar-se dizendo que faria para qualquer um o que fez ao correligionário Greenhalgh, mas é difícil acreditar que o secretário de Lula tenha disposição para passar o dia  atendendo telefonemas e dando uma força amiga a advogados de todo o país.

Em razão desse serviço prestado para o amigo Greenhalgh, aliás, Carvalho terá sua conduta investigada pelo Ministério Público. Um inquérito civil foi aberto em Basília na semana passada pela procuradora da República Ana Carolina Roman.

O fato é que não é qualquer um que pode ter um advogado com essa penetração na cúpula do poder petista. E com todo esse esquema de defesa, Dantas acabou se encrencando com um problema até menor em comparação com os demais delitos de que é acusado.
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POR José Pires

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