quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Maestro tocou Richard Wagner em Israel

Daniel Barenboim tem mesmo muito a ver com aquela guerra. Ele é argentino naturalizado israelense e está no lado dos que tentam criar uma convivência respeitosa entre palestinos e judeus, já que só um fundamentalista − judeu ou palestino, não importa − pode acreditar na possibilidade de expulsar um dos povos daquele lugar ou criar um ambiente de paz na base da repressão militar.

Barenboim é um homem ousado. E não é só por tentar instalar a fraternidade no Oriente Médio. Também na sua arte é capaz de surpreender com atitudes inesperadas para um maestro, no geral gente fixada em formalismos e quase sempre ausente em ações políticas ou incapazes de atitudes públicas mais próximas do cotidiano.

Em 2001 ele provocou polêmica em Israel quando lá executou em público um trecho da ópera “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner. O compositor alemão teve sua imagem associada ao nazismo, que fez uso de sua obra de forma muito forte. Ele era também o compositor preferido de Adolf Hitler.

Então por que colocar uma orquestra israelense para tocar sua obra em solo de Israel? Pura provocação? Barenboim queria evidentemente quebrar um tabu – e conseguiu – além de alertar para o erro de uma sociedade permanecer submetida à censura mesmo em relação à temas ou autores que tocam profundamente em seus medos e tragédias históricas.

Vejam abaixo o texto de Daniel Barenboim, uma voz sensata entre os tiros e bombardeios. E quem quiser conferir a alta qualidade do PQP Bach, basta clicar aqui.
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POR José Pires

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