E Lula fez uma reforma, enfim, e justo numa das áreas mais engraçadas de seu governo: a ortográfica. Foi só um retoque, bem chinfrim, mas o governante mais ágrafo que já tivemos acabou mexendo na língua portuguesa. É um acordo ortográfico que já vai para quase vinte anos. Se pemanecesse na gaveta não faria falta. Ao contrário, evitaria chateações. E para um governo que chama qualquer "puxadinho" de reforma, vão acabar dizendo que fizeram uma reforma ortográfica.
Fico aqui pensando o que os petistas não fariam se fosse Fernando Henrique Cardoso que se metesse a retocar nossa língua. Eles iriam para as ruas, com CUT, MST, tomariam a fazenda da família do tucano, subiriam em cima daquela cuia virada pra baixo, lá no Congresso Nacional, para gritar ao mundo contra a reforma neoliberal da língua portuguesa. Ou então acampariam nos salões da Academia Brasileira de Letras.
Talvez até, querendo ir ao “X” da questão, também viessem de “CH” como o revoltado do cartum acima.
Bem, talvez nem tanto. Lula, pelo menos, teria um assessor para escrever sua faixa, o que evitaria maiores maltratos com a ortografia. Mas que seriam contra, ah isso seriam, afinal quando o PT era de oposição qualquer coisa servia de pretexto para manifestações políticas. Outro exemplo, também com os tucanos no poder: o que aconteceria se, quando presidente, FHC dissesse que de tão desgastado o Palácio do Planalto parecia uma favela? Bem, aí a petelhada faria um escarcéu. Por muito menos que isso, quando o presidente tucano disse que tinha um “pé na cozinha”, só faltaram denunciar para a ONU.
Pois o Lula falou que aquilo "está uma favela" e não vi nenhum protesto entre os petistas. Na blogsfera petista, então, sempre atentos e prontos para fazer manifestos, foi o maior silêncio. É a mesma coisa agora com o Supremo Apedeuta mexendo na ortografia.
Mas deixa pra lá. É uma bobagem que só vai torrar nossa paciência e, claro, encher os bolsos de muita gente no mercado gráfico e editorial. E, cá pra nós, não será por causa de uns hífens e alguns acentos que o Lula irá dar uma espiada nos livros para ver se sua "reforma" pegou.
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POR José Pires
Fico aqui pensando o que os petistas não fariam se fosse Fernando Henrique Cardoso que se metesse a retocar nossa língua. Eles iriam para as ruas, com CUT, MST, tomariam a fazenda da família do tucano, subiriam em cima daquela cuia virada pra baixo, lá no Congresso Nacional, para gritar ao mundo contra a reforma neoliberal da língua portuguesa. Ou então acampariam nos salões da Academia Brasileira de Letras.
Talvez até, querendo ir ao “X” da questão, também viessem de “CH” como o revoltado do cartum acima.
Bem, talvez nem tanto. Lula, pelo menos, teria um assessor para escrever sua faixa, o que evitaria maiores maltratos com a ortografia. Mas que seriam contra, ah isso seriam, afinal quando o PT era de oposição qualquer coisa servia de pretexto para manifestações políticas. Outro exemplo, também com os tucanos no poder: o que aconteceria se, quando presidente, FHC dissesse que de tão desgastado o Palácio do Planalto parecia uma favela? Bem, aí a petelhada faria um escarcéu. Por muito menos que isso, quando o presidente tucano disse que tinha um “pé na cozinha”, só faltaram denunciar para a ONU.
Pois o Lula falou que aquilo "está uma favela" e não vi nenhum protesto entre os petistas. Na blogsfera petista, então, sempre atentos e prontos para fazer manifestos, foi o maior silêncio. É a mesma coisa agora com o Supremo Apedeuta mexendo na ortografia.
Mas deixa pra lá. É uma bobagem que só vai torrar nossa paciência e, claro, encher os bolsos de muita gente no mercado gráfico e editorial. E, cá pra nós, não será por causa de uns hífens e alguns acentos que o Lula irá dar uma espiada nos livros para ver se sua "reforma" pegou.
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