Sabemos que no Brasil as coisas são mesmo atrasadas. Por exemplo, há algumas semanas a Câmara dos Deputados votou finalmente o projeto que torna o airbag obrigatório nos carros. Segundo estudos, entre 2001 e 2007 o airbag poderia ter evitado 3,426 mortes.
Com certeza evitaria mais. A estatística nos traz apenas os números. Porém, qualquer medida técnica traz sempre um avanço cultural — ou até é propulsionada por ele — que ocasiona outras transformações em torno do acontecimento. Por isso, se já tivéssemos airbag nos carros, certamente isso seria um sinal de avanço social. Então teríamos menos abusos e menos acidentes.
Mas esperem aí, não ocorreu avanço social algum. Na verdade, nem o airbag temos ainda. Nos Estados Unidos o equipamento é tão comum que é até motivo de piada em filmes. Aqui ele será obrigatório somente nos carros zero quilometro e, de forma gradativa, somente em cinco anos as fábricas estarão instalando em todos os modelos. Falta até o jamegão do presidente inzoneiro.
Desse modo o brasileiro terá pouco tempo para usufruir do privilégio. As previsões mais otimistas é de que o petróleo deixe de existir dentro de cerca 20 anos. Este, claro, é o prazo para extinção total. Teremos aí um período intermediário de grande escassez no qual o preço da gasolina estará lá em cima e os carros com airbag certamente ficarão parados na garagem.
Se o petróleo acaba em 20 anos, já pensou quanto estará o preço da gasolina em, digamos, dez anos? É chato, mas o Brasil chegou à sociedade de consumo quando já não há quase nada para consumir no mundo.
É claro que me tacharão de pessimista aqueles que acreditam que o mundo vai rodar movido pelo combustível vegetal do nosso presidente inzoneiro. É uma aposta com teores altamente excludentes na área do consumo. Você pode até sair por aí com seu carro movido a etanol, mas não vai ter espaço para criar boi para o hambúrguer.
Por isso, corra. Ou melhor, não corra... bem, sei lá. O airbag chegou tarde no Brasil. Ou melhor, o Brasil chegou tarde ao airbag.
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POR José Pires
Com certeza evitaria mais. A estatística nos traz apenas os números. Porém, qualquer medida técnica traz sempre um avanço cultural — ou até é propulsionada por ele — que ocasiona outras transformações em torno do acontecimento. Por isso, se já tivéssemos airbag nos carros, certamente isso seria um sinal de avanço social. Então teríamos menos abusos e menos acidentes.
Mas esperem aí, não ocorreu avanço social algum. Na verdade, nem o airbag temos ainda. Nos Estados Unidos o equipamento é tão comum que é até motivo de piada em filmes. Aqui ele será obrigatório somente nos carros zero quilometro e, de forma gradativa, somente em cinco anos as fábricas estarão instalando em todos os modelos. Falta até o jamegão do presidente inzoneiro.
Desse modo o brasileiro terá pouco tempo para usufruir do privilégio. As previsões mais otimistas é de que o petróleo deixe de existir dentro de cerca 20 anos. Este, claro, é o prazo para extinção total. Teremos aí um período intermediário de grande escassez no qual o preço da gasolina estará lá em cima e os carros com airbag certamente ficarão parados na garagem.
Se o petróleo acaba em 20 anos, já pensou quanto estará o preço da gasolina em, digamos, dez anos? É chato, mas o Brasil chegou à sociedade de consumo quando já não há quase nada para consumir no mundo.
É claro que me tacharão de pessimista aqueles que acreditam que o mundo vai rodar movido pelo combustível vegetal do nosso presidente inzoneiro. É uma aposta com teores altamente excludentes na área do consumo. Você pode até sair por aí com seu carro movido a etanol, mas não vai ter espaço para criar boi para o hambúrguer.
Por isso, corra. Ou melhor, não corra... bem, sei lá. O airbag chegou tarde no Brasil. Ou melhor, o Brasil chegou tarde ao airbag.
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POR José Pires
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