quinta-feira, 26 de março de 2009

Encontraram o castelo


Perguntei aqui na última segunda-feira aonde tinha ido o castelo do deputado Edmar Moreira, o ex-corregedor da Câmara dos Deputados. Pois a Corregedoria da Câmara recomendou ontem a abertura de processo contra ele por quebra de decoro.

Pelo nariz de Pinóquio! A Câmara se mexeu, enfim. A Corregedoria vê indícios de irregularidade no uso de verba. Moreira usou notas de suas próprias empresas de segurança para o ressarcimento com gastos da verba indenizatória. Ele recebia o “ressarcimento” em dinheiro vivo e admitiu que o pagamento era feito para suas empresas, mas nunca pago a pessoa jurídica.

Em 2007 e 2008 ele declarou R$ 246 mil em segurança, o que deve fazer dele um raro caso de deputado. Blindado assim nunca se viu.

Bem, se o deputado recebia em dinheiro vivo havia alguém que pagava desse modo, certo? E obviamente uma estrutura que permitia isso. Mas isso deve ser outra conversa para os deputados, um papo que não vem ao caso. Imaginemos então um funcionário indo ao banco pegar dinheiro vivo, em um mês 40 mil reais, noutro 30 mil e assim por diante, durante meses. Será que ninguém por lá suspeitava que houvesse algo errado? Até a Pollyanna iria desconfiar.

O processo contra o deputado foi aprovado por unanimidade. A Corregedoria está fazendo a coisa certa, sem dúvida, mas são evidentes os indicativos de que o deputado deve ser usado para desviar o foco dos escândalos do Congresso Nacional, que para conto da carochinha não falta mais nem castelo.

Era preciso encontrar um alvo bem vistoso para fazer a opinião pública nem pensar que já passou da hora de enquadrar nossos políticos e, para isso, talvez não haja nada melhor que um deputado dono de um castelo com 275 janelas.
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POR José Pires

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