E a derrubada continua, com o Brasil na frente de todo o mundo como um país destruidor da natureza. O relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgado ontem diz que o mundo perdeu 7,3 milhões de hectares de selva entre 2000 e 2005. O Brasil é responsável por 42% deste total.
Em relação à America do Sul o nosso país também está na frente em destruição. De todas as matas perdidas na região, 75% foi registrado aqui.
O desmatamento é apenas a parte visível da devastação que está sendo feita em nosso país, pois quando aparecem nas estatísticas estes números de árvores derrubadas toda uma gama de recursos naturais já se foram: plantas menores, rios, mananciais, bichos, peixes, insetos, talvez até populações humanas — brancos e índios — expulsas dali para a derrubada ou pela devastação posterior. Enfim, uma variedade em diversidade biológica que já se acabou.
Em meu blog o humor tem um peso relativamente alto, mas escrevo sobre um assunto como este com dor no coração.
Quando falo sobre situações sem perspectiva de solução como é o caso do desmatamento no Brasil costumo ironizar que só chamando as tropas da ONU. A piada pode um dia tornar-se realidade. Se fosse por mim, sinceramente, pessoalmente teria pouco do que me queixar, pois já estou naquela fase temporal da vida em que o passado é bem maior do que o futuro. Mas e os pequenos?
A ecologia para o governo brasileiro é assunto de somenos. O governo Lula é de modo notório avesso às questões ambientais, a partir da própria visão pessoal do presidente da República. Guia-se por uma lógica exclusivamente econômica, sem preocupar-se com as conseqüências ecológicas do industrialismo cego de sua equipe.
E na área da ecologia seu projeto sucessório é mais do mesmo. Dilma Roussef também despreza o assunto. Tanto ela quanto Lula ainda parecem viver no tempo em que o ser humano pensava que a natureza era eterna, inextinguível, sempre se recompondo de qualquer estrago ambiental.
Eu penso que já passou da hora de começar a dizer que somos governados por gente tola. É visível que o presidente Lula é uma pessoa de horizonte limitado, embasbacado pela solenidade do poder e que pensa apenas em se divertir. O próprio processo do poder o encanta, mas é um poder vazio que tem produzido muita coisa ruim.
Então dá-lhe hidrelétrica, transposição do São Francisco, ou qualquer outra coisa que dê prestígio eleitoral. Até em Usina Nuclear estão pensando. E o que são umas árvorezinhas perto de um ano eleitoral? Entre um "cerradinho" e a soja, estranha escolha por eliminação proposta por ele, Lula já disse que fica com soja.
Lula é o chefe de um governo com uma voracidade eleitoral incomum, mesmo para um país como o nosso onde os políticos pouca preocupação tem à mais que vencer a próxima eleição. Mas é claro que o problema não começou com Lula. Nenhum governo teve preocupação séria com o meio ambiente. E nesta tocada o país vem sendo destruído gradativamente.
E o pior é que todos fingem ser modernos, mas na verdade conservam o mesmo modelo de sempre de um Brasil inserido na eterna condição colonial de exportador de produtos primários. Com as hidrelétricas para gerar eletricidade para siderúrgicas exportadoras lá se vai nossa água, nossas terras. Fica a degradação. Com o avanço da derrubada para a criação do gado e para o biocombustível se vai toda a nossa natureza. O destino parece ser o mesmo do pau-basil: a extinção.
Como todo humor, a piada sobre a entrada de tropas da ONU no território brasileiro é baseado em temores reais. Nosso país cuida mal do que tem e nem está preparado para defender recursos naturais que sempre foram visados por países poderosos.
Até já virou jargão a frase do marqueteiro que teria virado para Bill Clinton em sua primeira eleição e dito "É a economia, estúpido". Pois agora é a ecologia. Dá para entender que Obama esteja ocupado no momento com a economia. É preciso arrumar a casa destruída para se ter estrutura para avançar. Mas espero que ele não seja estúpido de achar que agora também é a economia.
Infelizmente a crise econômica concentra a atenção de todos, mas a crise mais grave é na verdade a ecológica. Basta prestar um pouco de atenção até aos fenômenos apenas locais para sentir que está em gestação um processo de deterioração de difícil controle. Não é uma boa sensação. Faz até um ateu rezar para que não haja logo uma explosão, pois aí duvido que haja capacidade humana para resolver.
O Brasil cuida mal do que tem e tampouco está preparado para a defesa de seus recursos naturais. Pouco se faz na área, apesar de todos os prognósticos científicos apontarem para uma situação dramática para a humanidade. É provável que tenhamos um futuro calamitoso. Bem, quando houver o desespero em outros lugares, talvez venham buscar aqui o que estiver faltando. Quem viver verá.
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POR José Pires
Em relação à America do Sul o nosso país também está na frente em destruição. De todas as matas perdidas na região, 75% foi registrado aqui.
O desmatamento é apenas a parte visível da devastação que está sendo feita em nosso país, pois quando aparecem nas estatísticas estes números de árvores derrubadas toda uma gama de recursos naturais já se foram: plantas menores, rios, mananciais, bichos, peixes, insetos, talvez até populações humanas — brancos e índios — expulsas dali para a derrubada ou pela devastação posterior. Enfim, uma variedade em diversidade biológica que já se acabou.
Em meu blog o humor tem um peso relativamente alto, mas escrevo sobre um assunto como este com dor no coração.
Quando falo sobre situações sem perspectiva de solução como é o caso do desmatamento no Brasil costumo ironizar que só chamando as tropas da ONU. A piada pode um dia tornar-se realidade. Se fosse por mim, sinceramente, pessoalmente teria pouco do que me queixar, pois já estou naquela fase temporal da vida em que o passado é bem maior do que o futuro. Mas e os pequenos?
A ecologia para o governo brasileiro é assunto de somenos. O governo Lula é de modo notório avesso às questões ambientais, a partir da própria visão pessoal do presidente da República. Guia-se por uma lógica exclusivamente econômica, sem preocupar-se com as conseqüências ecológicas do industrialismo cego de sua equipe.
E na área da ecologia seu projeto sucessório é mais do mesmo. Dilma Roussef também despreza o assunto. Tanto ela quanto Lula ainda parecem viver no tempo em que o ser humano pensava que a natureza era eterna, inextinguível, sempre se recompondo de qualquer estrago ambiental.
Eu penso que já passou da hora de começar a dizer que somos governados por gente tola. É visível que o presidente Lula é uma pessoa de horizonte limitado, embasbacado pela solenidade do poder e que pensa apenas em se divertir. O próprio processo do poder o encanta, mas é um poder vazio que tem produzido muita coisa ruim.
Então dá-lhe hidrelétrica, transposição do São Francisco, ou qualquer outra coisa que dê prestígio eleitoral. Até em Usina Nuclear estão pensando. E o que são umas árvorezinhas perto de um ano eleitoral? Entre um "cerradinho" e a soja, estranha escolha por eliminação proposta por ele, Lula já disse que fica com soja.
Lula é o chefe de um governo com uma voracidade eleitoral incomum, mesmo para um país como o nosso onde os políticos pouca preocupação tem à mais que vencer a próxima eleição. Mas é claro que o problema não começou com Lula. Nenhum governo teve preocupação séria com o meio ambiente. E nesta tocada o país vem sendo destruído gradativamente.
E o pior é que todos fingem ser modernos, mas na verdade conservam o mesmo modelo de sempre de um Brasil inserido na eterna condição colonial de exportador de produtos primários. Com as hidrelétricas para gerar eletricidade para siderúrgicas exportadoras lá se vai nossa água, nossas terras. Fica a degradação. Com o avanço da derrubada para a criação do gado e para o biocombustível se vai toda a nossa natureza. O destino parece ser o mesmo do pau-basil: a extinção.
Como todo humor, a piada sobre a entrada de tropas da ONU no território brasileiro é baseado em temores reais. Nosso país cuida mal do que tem e nem está preparado para defender recursos naturais que sempre foram visados por países poderosos.
Até já virou jargão a frase do marqueteiro que teria virado para Bill Clinton em sua primeira eleição e dito "É a economia, estúpido". Pois agora é a ecologia. Dá para entender que Obama esteja ocupado no momento com a economia. É preciso arrumar a casa destruída para se ter estrutura para avançar. Mas espero que ele não seja estúpido de achar que agora também é a economia.
Infelizmente a crise econômica concentra a atenção de todos, mas a crise mais grave é na verdade a ecológica. Basta prestar um pouco de atenção até aos fenômenos apenas locais para sentir que está em gestação um processo de deterioração de difícil controle. Não é uma boa sensação. Faz até um ateu rezar para que não haja logo uma explosão, pois aí duvido que haja capacidade humana para resolver.
O Brasil cuida mal do que tem e tampouco está preparado para a defesa de seus recursos naturais. Pouco se faz na área, apesar de todos os prognósticos científicos apontarem para uma situação dramática para a humanidade. É provável que tenhamos um futuro calamitoso. Bem, quando houver o desespero em outros lugares, talvez venham buscar aqui o que estiver faltando. Quem viver verá.
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POR José Pires
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