Na semana passada um amigo me contou uma história sobre parentes que vivem uma situação difícil e estão tentando entrar no programa Bolsa Família. É um casal pobre com cinco filhos, o marido está desempregado. Foram então em busca do auxílio do governo.
Na entrevista para tratar do assunto, a assistente social olhou para os meninos e chamou a atenção da mãe: “Mas estas crianças estão bem cuidadinhas, hein? Será que vocês precisam mesmo de Bolsa Família?”
São cinco meninos, todos brancos, crianças bastante bonitas, traços herdados dos pais, mas sem dúvida muito pobres. Só na cabeça do presidente inzoneiro pessoas brancas e de olhos azuis são ricas e poderosas. Em Curitiba, encontramos meninos de rua loiros e de olhos claros. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul também.
A observação contrária ao zelo dos pais pobres com a aparência dos filhos, feita pela funcionária pública, simboliza bem o processo de espoliação que este governo vem fazendo com os valores morais deste país. Ao governo Lula interessa a criação de um país de vítimas. É fora de seus critérios a existência de uma pobreza vivida com dignidade. Por isso a linguagem do coitadinho é expressada continuamente pelo próprio Lula. Muitas vezes para fugir das próprias responsabilidades, como quando coloca nos ricos daqui ou de outros países a culpa sobre situações criadas por sua própria incompetência ou má-fé.
Desse modo, nada mais natural que para um acesso pleno à assistência as crianças tenham que ser malcuidadas. A intromissão desrespeitosa da assistente social dá a entender até que se fossem negras e maltrapilhas o auxílio poderia vir com mais rapidez. Não há como não notar que o presidente inzoneiro e a assistente social estão com os discursos afinados.
Isto é relegar as pessoas mais pobres a um papel social bastante miserável. Além da falta dos recursos econômicos parece também ser exigido a queda de valores morais e familiares, até em coisas básicas como manter as crianças limpas. Bem, com esta cultura, que pelo visto impregna os funcionários do Bolsa Família, fica ainda mais difícil encontrar a porta de saída do programa.
No governo Lula não basta precisar de auxílio. É preciso ser vítima. Mais que isso, buscam transformar a situação de pobreza das pessoas em instrumento partidário, sempre mais eleitoral que político e girando em torno dos objetivos circustanciais do partido. Qual é o maior problema em uma pobreza digna? Ora, é que ela não precisa de salvadores.
Isso está presente o tempo todo no discurso do próprio Lula, que conduz a criação de uma cultura que usa a pobreza de modo vil, criando uma situação sem saída para os que mais sofrem com as desigualdades. A exigência de que haja uma aparência de miserabilidade, seja no aspecto visual ou na questão moral, portanto, nada mais é que o fecho emblemático de um estilo.
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POR José Pires
Na entrevista para tratar do assunto, a assistente social olhou para os meninos e chamou a atenção da mãe: “Mas estas crianças estão bem cuidadinhas, hein? Será que vocês precisam mesmo de Bolsa Família?”
São cinco meninos, todos brancos, crianças bastante bonitas, traços herdados dos pais, mas sem dúvida muito pobres. Só na cabeça do presidente inzoneiro pessoas brancas e de olhos azuis são ricas e poderosas. Em Curitiba, encontramos meninos de rua loiros e de olhos claros. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul também.
A observação contrária ao zelo dos pais pobres com a aparência dos filhos, feita pela funcionária pública, simboliza bem o processo de espoliação que este governo vem fazendo com os valores morais deste país. Ao governo Lula interessa a criação de um país de vítimas. É fora de seus critérios a existência de uma pobreza vivida com dignidade. Por isso a linguagem do coitadinho é expressada continuamente pelo próprio Lula. Muitas vezes para fugir das próprias responsabilidades, como quando coloca nos ricos daqui ou de outros países a culpa sobre situações criadas por sua própria incompetência ou má-fé.
Desse modo, nada mais natural que para um acesso pleno à assistência as crianças tenham que ser malcuidadas. A intromissão desrespeitosa da assistente social dá a entender até que se fossem negras e maltrapilhas o auxílio poderia vir com mais rapidez. Não há como não notar que o presidente inzoneiro e a assistente social estão com os discursos afinados.
Isto é relegar as pessoas mais pobres a um papel social bastante miserável. Além da falta dos recursos econômicos parece também ser exigido a queda de valores morais e familiares, até em coisas básicas como manter as crianças limpas. Bem, com esta cultura, que pelo visto impregna os funcionários do Bolsa Família, fica ainda mais difícil encontrar a porta de saída do programa.
No governo Lula não basta precisar de auxílio. É preciso ser vítima. Mais que isso, buscam transformar a situação de pobreza das pessoas em instrumento partidário, sempre mais eleitoral que político e girando em torno dos objetivos circustanciais do partido. Qual é o maior problema em uma pobreza digna? Ora, é que ela não precisa de salvadores.
Isso está presente o tempo todo no discurso do próprio Lula, que conduz a criação de uma cultura que usa a pobreza de modo vil, criando uma situação sem saída para os que mais sofrem com as desigualdades. A exigência de que haja uma aparência de miserabilidade, seja no aspecto visual ou na questão moral, portanto, nada mais é que o fecho emblemático de um estilo.
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POR José Pires
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