quarta-feira, 8 de abril de 2009

Saiu a conta do celular de Tião Vianna

Os blogueiros governistas reclamam da imprensa, mas eu penso que, tirando um erro ou outro, a imprensa economiza um dinheirão para o Estado com as denúncias que faz. Se a roubalheira não para, pelo menos acaba sendo estancada quando é descoberta. E mesmo que os ladrões não sejam presos, pelo menos dificulta roubos futuros, já que eles ficam marcados.

A imprensa também é de uma extraordinária importância para o amadurecimento dos nossos políticos. Se não fosse a mídia, por exemplo, o deputado petista José Genoíno estaria até hoje assinando empréstimos na ordem dos milhões de reais sem se preocupar sequer em ler o documento.

E o presidente Lula jamais saberia que estava cercado de mensaleiros e aloprados. Já pensaram como estaria alta a conta se a imprensa não o tivesse avisado?

No final, a mídia ajuda a poupar. No mês passado, por exemplo, a ieconomia foi de exatamente R$ 14.758,07 para os cofres públicos. E só numa velhacaria descoberta no Senado. É a conta do telefone celular do Senado que o senador Tião Viana, do PT do Acre, emprestou para a filha levar em viagem de passeio para o México.

O telefone celular dos senadores — cada político tem dois — é de um ineditismo talvez mundial no aspecto administrativo. É pago pelo Senado e até aí tudo bem, apesar de ser estranho o senador ter dois. Em teoria é uma ferramenta de trabalho. Mas não há limite de gastos nas contas telefônicas. Existe alguma empresa que faz isso? Nem em conto de fadas.

O paternal empréstimo foi descoberto pelo jornal O Estado de S. Paulo, mas Vianna se negou a fornecer o valor da conta. Agora o próprio Estadão descobriu que o custo ficou em, vou repetir, R$ 14.758,07. Foram 20 dias de uso, de 2 a 22 de janeiro. Neste período a filha do senador gastou cerca de 730 reais, quantia que poucos brasileiros gastam por mês.

E a conta ia ficar para o Senado. Só depois que a imprensa divulgou o caso o senador Tião Vianna repôs o dinheiro que, aliás, já havia saído dos cofres públicos. O Senado já havia pagado. É óbvio que se o mimo para a filha não tivesse vazado Vianna deixaria a conta para nós, os contribuintes que, mesmo que contrário à nossa vontade, somos sempre um paizão para essa gente.
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POR José Pires

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