quinta-feira, 14 de maio de 2009

É hora de mudar

Eis que surge, enfim, uma boa idéia para a solução dos incontáveis problemas brasileiros. No Maranhão, o prefeito de Marajá do Sena (será alguma homenagem ao Sarney?), planeja mudar metade do município de lugar.

A cidade inteira ficou debaixo d’água com as chuvas que caem sem parar no Nordeste. Então o prefeito quer abandonar os imóveis alagados e construir novas edificações em outro lugar, em terreno mais elevado, é claro.

Este é o cara. Que idéia. Manoel Edivan Oliveira da Costa, do PMN, explicou para a Folha de S. Paulo sua sacada político-administrativa: "O pessoal construiu a cidade no local errado, em um vale que sempre alaga. A solução é mudar o centro administrativo e as casas para 3 km daqui, lá em cima do vale".

O revolucionário projeto esbarra, ou bate de frente, com o custo. Claro, isso sempre acontece. Eu mesmo sempre pensei em mudar todos os meus vizinhos para o outro lado da cidade para acabar com as aporrinhações dos ruídos de todos eles. Acredito até que todos aceitariam de bom grado. O outro lado da cidade é melhor e ser meu vizinho também não é nenhuma grande vantagem. Mas e o custo deste ousado projeto?

Mas voltemos ao prefeito do estado do marajá Sarney. A idéia dele custa uma grana alta. Ele estima que ficará em R$ 10 milhões, mas é bom triplicar o número, pois, na hora de projetar, máquina de calcular de político costuma tirar muitos zeros à direita.

Por sinal, o custo avaliado por ele é quase três vezes mais o valor repassado pela União ao município no ano passado pelo Fundo de Participação dos Municípios. E toda Marajá do Sena vive, ou sobrevive, é com esse dinheiro.

É mais uma excelente idéia que vai para a gaveta. Mas mesmo não sendo executada, é algo pra se pensar. E é bom os técnicos já irem estudando para onde mudaremos São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, e tantas outras cidades. Se uma parte de Marajá do Sena tem que ser transferida de local, também cada grande cidade brasileira tem sua metade construída no lugar errado.
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POR José Pires

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