terça-feira, 12 de maio de 2009

Protógenes Queiroz por um triz

Tantas fez o delegado Protógenes Queiroz e ele pode acabar caindo por algo relativamente menor, a gravação do apoio ao candidato do PT à prefeitura de Poções de Caldas, Paulo Thadeu Darcádia. E o mais chato é que o candidato apoiado por ele tentava a reeleição e perdeu.

O apoio pode lhe custar a expulsão da Polícia Federal. Para a comissão do processo disciplinar contra ele aberto na PF o vídeo de Poços de Caldas não deixa dúvidas de que o delegado sabia o que estava agravando e seu uso eleitoral.

A posição da comissão disciplinar da PF foi colhida pelo jornal O Estado de S. Paulo. Além do apoio ao candidato do PT de Poços de Caldas, Protógenes Queiroz também fez uma gravação usada pela deputada Luciana Genro, candidata do PSOL a prefeitura de Porto Alegre.

O delegado vinha alegando que suas participações nas duas campanhas haviam sido “acidentais”, feitas por meio de gravações que ele não sabia que teriam uso eleitoral.

A gravação feita para Luciana Genro tenta passar realmente esta impressão. Mas é provável que tenha sido apenas para fortalecer a participação do delegado. A gravação foi colhida na rua, com o depoimento de Protógenes editado junto a outras pessoas que defendem o combate à corrupção. Já o vídeo de Poços de Caldas é explícito.

No apoio ao petista Paulo Thadeu Darcadia, Protógenes até usa a promessa da instalação de uma delegacia da Polícia Federal como referência da suposta qualidade eleitoral do candidato a prefeito. Pena que este vídeo, que localizei no Youtube, não tenha sido divulgado antes, pois demonstra a falta de responsabilidade do delegado em relação ao próprio cargo.

No apoio gravado para Luciana Genro, do PSOL, também fica evidente que Protógenes sabia muito bem o que fazia. O fato dele negar é aquele tipo de defesa que pode até livrar a pessoa das penas da lei, mas moralmente é uma desgraça.

Neste episódio do envolvimento do delegado com o PSOL, em particular, temos uma mostra do uso oportunista que os extremistas abrigados neste partideco fazem da ética. Para eles, imorais são sempre os outros.

Ora, se um delegado federal pode gravar um apoio para o PSOL, por que não poderia fazer o mesmo para Paulo Maluf, Collor e tantos outros. Bem, imagine o tipo de Polícia Federal que teríamos se a prática do PSOL fosse copiada pelos outros partidos e, claro, permitida pela lei.

Luciana Genro já havia sido flagrada na farra do mau uso das cotas de passagens aéreas do Congresso Nacional. Deu passagem para o mesmo Protógenes. A líder nacional do partido, Heloísa Helena, usou sua cota de senadora para dar passagens para o filho mesmo depois ter deixado o cargo.

Ah, mas o PSOL faz essas coisas pelo bem do Brasil e os outros não. O argumento é tão idiota que parece até piada, mas não é não: é a justificativa deles para praticar imoralidades que condenam nos outros.

Veja aqui o vídeo de Protógenes Queiroz apoiando Luciana Genro e aqui o apoio para o candidato petista de Poços de Caldas.
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POR José Pires

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