A Folha de S. Paulo falou em editorial recentemente em Ditabranda, uma referência do jornal para conferir um grau de ferocidade menor à ditadura militar brasileira em relação a outros países da América do Sul.
Foi uma infelicidade do jornal, claro, mas eu diria que redirecionando o alvo da Folha para a nossa classe política a expressão Ditabranda é perfeita. Pois é o que os políticos estão querendo instalar no país: uma Ditabranda.
E a ferramenta do golpe é a dita reforma política, principalmento com o reurso do voto do eleitor em lista fechada pelos caciques partidários. É perfeito para a manutenção de um poder praticamente ditatorial sobre o nosso processo eleitoral.
A expressão Ditabranda, portanto, já tem seu uso apropriado.
Não à toa, o deputado cassado José Dirceu é um entusiasta da idéia da reforma política. Com voto em lista fechada, ele faz questão de frisar.
O cenário do debate de uma reforma política por si só já é o sonho de consumo dos maiorais do PT. Isso consagra a justificativa de que eles apelaram para mensalões e caixa 2 porque não havia regras eleitorais sólidas, algo que Dirceu também vem repisando sempre.
Eles tinham os caixas 2 pois não tinham outra opção, este é o lero-lero que já conhecemos bem e que embala o debate sobre a reforma. A lista fechada e o financiamento público das campanhas é o que encantas mais à todos eles. O voto em lista, conforme eles dizem, diminuiria o custo das campanhas. E o financiamento público preservaria políticos e empresários da corrupção.
É perfeito. Tamanha qualidade até nos constrange em puxar o Garrincha para esta conversa e fazer a ótima pergunta já tão famosa: mas alguém já combinou com os adversários? E o pior é que neste caso os adversários estão em todos os cantos, inclusive, ou melhor, especialmente, na condução da tal reforma.
Quer dizer que hoje só existe caixa 2 e achaques aos empresários porque não foi feita uma reforma política? Ah, bom.
Essa conversa sobre o caixa 2 como uma prática a que os pobrezinhos dos políticos foram levados a a fazer pela falta de regras é uma lorota e tanto. Quer dizer que o caixa 2 é legal no Brasil? Ah, nas demais atividades é ilegal, mas em campanha não?
Mas a proposta de uma reforma política é perfeita para os manda-chuvas de todos os partidos. Só o tempo que este debate deve consumir, afastando tantos assuntos que hoje incomodam nossos políticos, já torna para todos este tema um dos melhores do momento.
Reparem que nenhum partido tem uma visão crítica sobre a questão. A reforma traz muitas panacéias, mas o melhor dela ainda é o papel que todos eles podem assumir perante o eleitorado: de reformadores da nossa política.
Seria até engraçado se não fosse uma piada às nossas custas. As mesmas pessoas que conduziram a política brasileira ao nível mais baixo da nossa história terão o encargo de reformar todo esse processo e agora, enfim, conduzir a política no rumo da ética. As ratazanas prometem que irão expurgar a corrupção da nossa política.
Pois querem é instalar uma Ditabranda, com o eleitor votando como um arremedo de democracia, já que os caciques que escolherão os eleitos. E ainda vão tirar uma boa dinheirama do Estado com o financiamento público de campanha, um processo que vem se somar à grana que eles tiram de empresários e os caixas 2, 3 e tantos mais das nossas eleições.
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POR José Pires
Foi uma infelicidade do jornal, claro, mas eu diria que redirecionando o alvo da Folha para a nossa classe política a expressão Ditabranda é perfeita. Pois é o que os políticos estão querendo instalar no país: uma Ditabranda.
E a ferramenta do golpe é a dita reforma política, principalmento com o reurso do voto do eleitor em lista fechada pelos caciques partidários. É perfeito para a manutenção de um poder praticamente ditatorial sobre o nosso processo eleitoral.
A expressão Ditabranda, portanto, já tem seu uso apropriado.
Não à toa, o deputado cassado José Dirceu é um entusiasta da idéia da reforma política. Com voto em lista fechada, ele faz questão de frisar.
O cenário do debate de uma reforma política por si só já é o sonho de consumo dos maiorais do PT. Isso consagra a justificativa de que eles apelaram para mensalões e caixa 2 porque não havia regras eleitorais sólidas, algo que Dirceu também vem repisando sempre.
Eles tinham os caixas 2 pois não tinham outra opção, este é o lero-lero que já conhecemos bem e que embala o debate sobre a reforma. A lista fechada e o financiamento público das campanhas é o que encantas mais à todos eles. O voto em lista, conforme eles dizem, diminuiria o custo das campanhas. E o financiamento público preservaria políticos e empresários da corrupção.
É perfeito. Tamanha qualidade até nos constrange em puxar o Garrincha para esta conversa e fazer a ótima pergunta já tão famosa: mas alguém já combinou com os adversários? E o pior é que neste caso os adversários estão em todos os cantos, inclusive, ou melhor, especialmente, na condução da tal reforma.
Quer dizer que hoje só existe caixa 2 e achaques aos empresários porque não foi feita uma reforma política? Ah, bom.
Essa conversa sobre o caixa 2 como uma prática a que os pobrezinhos dos políticos foram levados a a fazer pela falta de regras é uma lorota e tanto. Quer dizer que o caixa 2 é legal no Brasil? Ah, nas demais atividades é ilegal, mas em campanha não?
Mas a proposta de uma reforma política é perfeita para os manda-chuvas de todos os partidos. Só o tempo que este debate deve consumir, afastando tantos assuntos que hoje incomodam nossos políticos, já torna para todos este tema um dos melhores do momento.
Reparem que nenhum partido tem uma visão crítica sobre a questão. A reforma traz muitas panacéias, mas o melhor dela ainda é o papel que todos eles podem assumir perante o eleitorado: de reformadores da nossa política.
Seria até engraçado se não fosse uma piada às nossas custas. As mesmas pessoas que conduziram a política brasileira ao nível mais baixo da nossa história terão o encargo de reformar todo esse processo e agora, enfim, conduzir a política no rumo da ética. As ratazanas prometem que irão expurgar a corrupção da nossa política.
Pois querem é instalar uma Ditabranda, com o eleitor votando como um arremedo de democracia, já que os caciques que escolherão os eleitos. E ainda vão tirar uma boa dinheirama do Estado com o financiamento público de campanha, um processo que vem se somar à grana que eles tiram de empresários e os caixas 2, 3 e tantos mais das nossas eleições.
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POR José Pires
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