sexta-feira, 22 de maio de 2009

Um problema bem brasileiro


Bela capa do jornal Correio Braziliense, de Brasília, com uma questão que preocupa bastante neste Brasil de impunidade e favorecimento dos ricos. Para aumentar a imagem, dê um clique em cima dela.

Nenê Constantino, o dono da empresa aérea Gol, é foragido da polícia desde ontem. Constantino teve a prisão preventiva decretada acusado de mandar matar dois homens e ferir outro. Outras três pessoas também tiveram a prisão decretada. O trio foi preso em casa por agentes da Polícia Civil de Taquatinga. Entres os três está Victor Foresti, genro e sócio de Nenê no grupo Planeta, o maior conglomerado de transportes urbanos de Brasília, e vice-presidente do Setransp, o sindicato das empresas do setor. Foresti foi preso sob acusação de subornar testemunhas.

Constantino, um empresário milionário, está envolvido na disputa por um terreno em Taquatinga Norte, que seria a motivação dos crimes de que é acusado. Um ex-empregado do empresário vendeu lotes de um terreno da Pioneira, empresa de ônibus de Constantino. O empregado morava de favor no terreno.

Segundo a Polícia Civil brasiliense houve ameaças e incêndios criminosos das casas das famílias moradoras no terreno. Por fim, aconteceu o assassinato de Márcio Leonardo de Sousa Brito, 27 anos, líder das cerca de 100 pessoas que adquiriram os lotes. Brito foi morto a tiros na porta de sua casa.

O crime aconteceu em 10 de dezembro de 2008. Na manhã seguinte, advogados do dono da Gol retiraram os moradores que ocupavam a área desde 1990 e um trator derrubou todas as moradias.

O outro crime que resultou no pedido de prisão de Constantino foi o assassinato do caminhoneiro Tarcísio Ferreira, de 42 anos, ocorrido bem antes, em fevereiro de 2001, e que seria um alerta para que os moradores desocupassem o terreno.

Ferreira tinha uma barraca de lanches no terreno. Ele foi morto com quatro tiros e na frente da filha de quatro anos. Segundo a polícia, o caminhoneiro trabalhou como motorista de ônibus da Planeta, empresa de Constantino e deixou a empresa após se desentender com o empresário por atraso de pagamentos. Os exames de balística do Instituto de Criminalística concluiu que as balas que atingiram o caminhoneiro são similares às que saíram do revólver calibre 38 usado na execução de Márcio Brito.
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POR José Pires

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