quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Os tucanos vão à luta

Certos tipos de espetáculos políticos são tão raros que é preciso registrar. Tucano bravo, reagindo à altura às baixarias de adversários é um desses eventos que merece até placa de bronze.

Ontem o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), divulgou uma dura nota colocando em seu devido lugar a ministra Dilma Rousseff, candidata escolhida por Lula e que usa a Casa Civil para fazer sua campanha à presidência da República.

Dilma havia firmado que se os tucanos ganharem a eleição vão extinguir o PAC. Parece mesmo golpe de capoeira "acima da cintura", como disse o chefe dela. Para extinguir o PAC, que é uma mera peça publicitária e que o governo Lula nem consegue executar, os tucanos teriam que fazer algo inédito: extinguir o próprio Orçamento Federal. O PAC é apenas a execução do orçamento, nada mais que isso.

A verdade é que os tucanos deviam estar fazendo político com este rigor desde o primeiro mandato de Lula. Mas interesses convergente levaram o partido a praticamente governar junto com Lula. Em muitos casos, deram até menos trabalho ao presidente inzoneiro que seu próprio partido.

Mas talvez não seja tarde para começar a tratar os petistas com rigor. A nota do PSDB é bem feita. Faz um histórico de Dilma Rousseff e suas mentiras. Situa bem o "currículo" da candidata de Lula, ressaltando seu traço mais expressivo: a mentira. Vale a pena transcrever na íntegra.


NOTA À IMPRENSA

Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão.

Mente sobre o PAC, mente sobre sua função. Não é gerente de um programa de governo e, sim, de uma embalagem publicitária que amarra no mesmo pacote obras municipais, estaduais, federais e privadas.

Mente ao somar todos os recursos investidos por todas essas instâncias e apresentá-los como se fossem resultado da ação do governo federal. Apropria-se do que não é seu e vangloria-se do que não faz.

Dissimulada, Dilma Rousseff assegurou à Dra. Ruth Cardoso que não tinha feito um dossiê sobre ela. Mentira! Um mês antes, em jantar com 30 empresários, informara que fazia, sim, um dossiê contra Ruth Cardoso.

Durante anos, mentiu sobre seu currículo. Apresentava-se como mestre e doutora pela Unicamp. Nunca foi nem uma coisa nem outra. Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas - a maioria tocada por estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC - 7.715 projetos- ainda não saíram do papel.

Outra característica de Dilma Rousseff é transferir responsabilidades. A culpa do desempenho medíocre é sempre dos outros: ora o bode expiatório da incompetência gerencial são as exigências ambientais, ora a fiscalização do Tribunal de Contas da União, ora o bagre da Amazônia, ora a perereca do Rio Grande do Sul.

Assume a obra alheia que dá certo e esconde sua autoria no que dá errado. Dilma Rousseff se escondeu durante 21 horas após o apagão. Quando falou, a ex-ministra de Minas e Energia, chefe do PAC, promovida a gerente do governo, não sabia o que dizer, além de culpar a chuva e de explicar que blecaute não é apagão.

Até hoje, Dilma Rousseff também se recusou a falar sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, com todas as barbaridades incluídas nesse Decreto, que compromete a liberdade de imprensa, persegue as religiões, criminaliza quem é contra o aborto e liquida o direito de propriedade. Um programa do qual ela teve a responsabilidade final, na condição de ministra-chefe da Casa Civil.

Está claro, portanto, que mentir, omitir, esconder-se, dissimular e transferir responsabilidades são a base do discurso de Dilma Rousseff. Mas, ao contrário do que ela pensa, o Brasil não é um país de bobos.

Senador Sérgio Guerra
Presidente Nacional do PSDB
Brasília, 20 janeiro de 2010

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