No final da tarde de hoje o PSB jogou a última pá de terra na candidatura de Ciro Gomes. Como eu disse aqui, no último sábado, não adiantou Ciro "espernear". Lula fez com a candidatura dele o que não conseguiu fazer na prisão com o menino do MEP, conforme a conhecida história que Lula teria contado a César Benjamin, que depois espalhou pra todo mundo em um artigo na Folha de S. Paulo.
Ninguém é tolo de lamentar pelo Ciro Gomes, não só porque ele já tem experiência suficiente para saber com quem estava se metendo quando deu tanta confiança a Lula. O próprio deputado também não é um político de jogar limpo, além do que até pessoalmente é uma barbaridade de grosso.
E neste desfecho ele tem também sua parcela de culpa. Para a política ele até é novo em idade, mas sua carreira é de veterano. Já passou por muitos cargos de destaque e nunca teve a preocupação com a construção de um partido político. Até nisso, Ciro é igual ao políticos clientelistas. Como é mais esperto do que a maioria, até consegue passar um ar de modernidade. Mas é só gogó. Sempre usou os partidos e agora usaram um partido contra ele.
Mas tirando essas questões ligadas diretamente ao candidato que levou a rasteira de Lula, temos que olhar o lado institucional do golpe. Houve um uso abusivo da máquina pública para atender aos interesses do lulo-petismo e destruir uma candidatura à presidência da República. E sabemos muito bem que não pode ter sido apenas com um olho no olho que o presidente da República comvenceu a direção nacional do PSB.
Mesmo que Ciro seja o que é, esse foi mais um golpe de Lula e seus companheiros contra a democracia. O desrespeito ao eleitor parece coisa de coronel. Aliás, o embate foi entre dois coronéis da política, já que Ciro é até o líder de uma oligarquia em seu estado. Mas aqui foi atingido também de forma imoral o processo político brasileiro.
Forma-se um quadro eleitoral ao gosto do partido que está no poder e usando recursos que são do Estado: cargos, verbas do orçamento e sabe-se lá mais o quê.
Ainda nesta tarde, logo que sepultou a candidatura de vez, o PSB divulgou uma nota garantindo que não se cogita de tirar os cargos de Ciro no governo Lula. E até o disse o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), entrou no assunto, dizendo o seguinte: "Não tem o mínimo cabimento a discussão de cargos. O presidente Lula não vai concordar em fazer ajustes de cargos dos partidos. Nós respeitamos Ciro. O problema de ele ser ou não candidato é do PSB".
Parece mais um recado. Que Ciro se conforme com o esmagamento de seu projeto pessoal ou ficará sem os cargos no governo. Não é uma novidade na política brasileira. Cargo nomeado tem até o apelido de "cala-boca" em todo o país. O jeito de fazer a coisa é apenas um pouco mais abusado, mas aí é uma questão de estilo. Ou, como eles gostam de falar, o modo petista de governar.
E Ciro Gomes arrumou mais um problema. Agora terá que provar aos brasileiros que tem mesmo vergonha na cara, como costuma dizer o tempo todo, mesmo sem ser perguntado. O Brasil espera uma boa resposta sua aos que lhe deram tanto tapa na cara em público.
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POR José Pires
Ninguém é tolo de lamentar pelo Ciro Gomes, não só porque ele já tem experiência suficiente para saber com quem estava se metendo quando deu tanta confiança a Lula. O próprio deputado também não é um político de jogar limpo, além do que até pessoalmente é uma barbaridade de grosso.
E neste desfecho ele tem também sua parcela de culpa. Para a política ele até é novo em idade, mas sua carreira é de veterano. Já passou por muitos cargos de destaque e nunca teve a preocupação com a construção de um partido político. Até nisso, Ciro é igual ao políticos clientelistas. Como é mais esperto do que a maioria, até consegue passar um ar de modernidade. Mas é só gogó. Sempre usou os partidos e agora usaram um partido contra ele.
Mas tirando essas questões ligadas diretamente ao candidato que levou a rasteira de Lula, temos que olhar o lado institucional do golpe. Houve um uso abusivo da máquina pública para atender aos interesses do lulo-petismo e destruir uma candidatura à presidência da República. E sabemos muito bem que não pode ter sido apenas com um olho no olho que o presidente da República comvenceu a direção nacional do PSB.
Mesmo que Ciro seja o que é, esse foi mais um golpe de Lula e seus companheiros contra a democracia. O desrespeito ao eleitor parece coisa de coronel. Aliás, o embate foi entre dois coronéis da política, já que Ciro é até o líder de uma oligarquia em seu estado. Mas aqui foi atingido também de forma imoral o processo político brasileiro.
Forma-se um quadro eleitoral ao gosto do partido que está no poder e usando recursos que são do Estado: cargos, verbas do orçamento e sabe-se lá mais o quê.
Ainda nesta tarde, logo que sepultou a candidatura de vez, o PSB divulgou uma nota garantindo que não se cogita de tirar os cargos de Ciro no governo Lula. E até o disse o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), entrou no assunto, dizendo o seguinte: "Não tem o mínimo cabimento a discussão de cargos. O presidente Lula não vai concordar em fazer ajustes de cargos dos partidos. Nós respeitamos Ciro. O problema de ele ser ou não candidato é do PSB".
Parece mais um recado. Que Ciro se conforme com o esmagamento de seu projeto pessoal ou ficará sem os cargos no governo. Não é uma novidade na política brasileira. Cargo nomeado tem até o apelido de "cala-boca" em todo o país. O jeito de fazer a coisa é apenas um pouco mais abusado, mas aí é uma questão de estilo. Ou, como eles gostam de falar, o modo petista de governar.
E Ciro Gomes arrumou mais um problema. Agora terá que provar aos brasileiros que tem mesmo vergonha na cara, como costuma dizer o tempo todo, mesmo sem ser perguntado. O Brasil espera uma boa resposta sua aos que lhe deram tanto tapa na cara em público.
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POR José Pires
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