Vejo sempre mesmo entre pessoas que não são partidárias de Lula o argumento de que o petista é diferente de Hugo Chávez, na medida em que Lula teria o respeito pela democracia que falta ao presidente venezuelano.
Menos, menos. Se não aconteceu no Brasil algo semelhante ao golpe que Chávez e seus partidários deram na democracia de Chávez é menos pelas supostas qualidades cívicas de Lula e seus companheiros e muito mais pelos obstáculos interpostos pela sociedade civil brasileira para que se estabeleça por aqui algo semelhante ao que acontece na Venezuela.
Não que não tenham tentado. O mensalão era para criar as condições básicas para isso, mas foram contidos pela sociedade civil e principalmente pela imprensa. Por isso não perdoam a imprensa até hoje, mesmo quando muitos jornais e sites são tão amenos em relação à sujeira política e incapacidade administrativa.
Fala-se às vezes que Lula não quis o terceiro mandato. Pois ele desejou isso como ninguém. O que ocorre é que sentiu que o clima político poderia ficar adverso aos seus interesses, caso avançasse nessa idéia. Por isso recuou. Mas insinuou o tema pessoalmente o tempo todo e colocou partidários nas ações mais explícitas. E até tentou criar uma mobilização nos bastidores para que parecesse haver um apelo popular pelo terceiro mandato. Não colou.
Neste caso Chávez foi um ponto positivo, pois o incômodo criado no plano internacional pelas ações autoritárias do presidente venezuelano, criou um clima contrário qualquer um se manter no poder dessa forma.
Lula é menos corajoso do que tenta parecer. O Lula do debate na eleição perdida para Collor é o que vale. Mas se derem chance, ele avança sem se preocupar com a legalidade.
O mensalão é a prova de que se houver espaço o lulo-petismo usa até manobras imorais que atentam contra a legalidade. Neste episódio do suborno a parlamentares para montar uma base governista bem mais forte do que eles já tinham havia um plano estratégico para a eternização do PT no poder.
O inquérito do procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva, devia ser de leitura (e releitura) obrigatória. Está tudo lá. O mensalão ainda vai ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e espero que a maioria dos implicados vá para a cadeia. Nesta eleição, aliás, vota-se também o mensalão. Se Dilma for eleita, é bem grande a possibilidade de que não aconteça nada com os criminosos. Esta é uma das razões (e para alguns líderes a primeira) de tamanha agressividade para eleger Dilma Rousseff.
Eles vão tentar de tudo e mais um pouco. Já estão fazendo isso na internet com uma máquina muito bem paga e totalmente monitorada, que se espalha em sites e blogs na internet. Não existe o "Site da Dilma". O que tem são os "Sites da Dilma".
É preciso ficar de olho no lulo-petismo. Sem esquecer que o que aconteceu na Venezuela foi em parte em consequência da péssima índole de Chávez, mas também de um grave descuido da sociedade civil venezuelana.
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POR José Pires
Menos, menos. Se não aconteceu no Brasil algo semelhante ao golpe que Chávez e seus partidários deram na democracia de Chávez é menos pelas supostas qualidades cívicas de Lula e seus companheiros e muito mais pelos obstáculos interpostos pela sociedade civil brasileira para que se estabeleça por aqui algo semelhante ao que acontece na Venezuela.
Não que não tenham tentado. O mensalão era para criar as condições básicas para isso, mas foram contidos pela sociedade civil e principalmente pela imprensa. Por isso não perdoam a imprensa até hoje, mesmo quando muitos jornais e sites são tão amenos em relação à sujeira política e incapacidade administrativa.
Fala-se às vezes que Lula não quis o terceiro mandato. Pois ele desejou isso como ninguém. O que ocorre é que sentiu que o clima político poderia ficar adverso aos seus interesses, caso avançasse nessa idéia. Por isso recuou. Mas insinuou o tema pessoalmente o tempo todo e colocou partidários nas ações mais explícitas. E até tentou criar uma mobilização nos bastidores para que parecesse haver um apelo popular pelo terceiro mandato. Não colou.
Neste caso Chávez foi um ponto positivo, pois o incômodo criado no plano internacional pelas ações autoritárias do presidente venezuelano, criou um clima contrário qualquer um se manter no poder dessa forma.
Lula é menos corajoso do que tenta parecer. O Lula do debate na eleição perdida para Collor é o que vale. Mas se derem chance, ele avança sem se preocupar com a legalidade.
O mensalão é a prova de que se houver espaço o lulo-petismo usa até manobras imorais que atentam contra a legalidade. Neste episódio do suborno a parlamentares para montar uma base governista bem mais forte do que eles já tinham havia um plano estratégico para a eternização do PT no poder.
O inquérito do procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva, devia ser de leitura (e releitura) obrigatória. Está tudo lá. O mensalão ainda vai ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e espero que a maioria dos implicados vá para a cadeia. Nesta eleição, aliás, vota-se também o mensalão. Se Dilma for eleita, é bem grande a possibilidade de que não aconteça nada com os criminosos. Esta é uma das razões (e para alguns líderes a primeira) de tamanha agressividade para eleger Dilma Rousseff.
Eles vão tentar de tudo e mais um pouco. Já estão fazendo isso na internet com uma máquina muito bem paga e totalmente monitorada, que se espalha em sites e blogs na internet. Não existe o "Site da Dilma". O que tem são os "Sites da Dilma".
É preciso ficar de olho no lulo-petismo. Sem esquecer que o que aconteceu na Venezuela foi em parte em consequência da péssima índole de Chávez, mas também de um grave descuido da sociedade civil venezuelana.
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POR José Pires
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