No caso do deputado Vargas, dá para resumir suas pegadas. O deputado é do Paraná, onde sempre foi baixo clero na política.
A última eleição disputada por ele foi a de prefeito, em 2008, quando foi derrotado fragorosamente, ficando em quinto lugar, com 5,3% da votação, ou 14.506 votos de uma colégio eleitoral de 270.580 eleitores. O deputado só não ficou em último, porque esse papel coube a um candidato de partido nanico. O sexto lugar ficou com PV, com 3.371 votos.
Anteriormente o PT havia ficado oito anos na prefeitura, finalizando os mandatos com tal taxa de rejeição que o apoio do então prefeito Nedson Micheletti, sindicalista bancário, era usado pelos adversários na TV contra o candidato oficial.
Vargas elegeu-se deputado federal escorado pelo grupo do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que manda no partido no Paraná. O PT no Paraná sempre manteve uma aliança histórica com o ex-deputado José Janene, chefe do PP no estado e um dos réus do inquérito do mensalão no STF. Esta relação íntima de Vargas com Bernardo, além dos laços com o ex-ministro e deputado cassado, José Dirceu, é uma das explicações do seu atual sucesso.
Em seu passado recente, o deputado também andou envolvido com problemas de corrupção que levaram à cassação pela Câmara Municipal do prefeito Antonio Belinati em junho de 2000. O prefeito, que hoje é deputado estadual pelo PT e também é ligado a Janene, foi também preso duas vezes.
Na época da cassação de Belinati, o então deputado federal Paulo Bernardo e André Vargas, que era vereador do PT, foram objeto de ação do Ministério público.
O mais escandaloso, no entanto, foi o surgimento do nome dos dois políticos petistas na caderneta do tesoureiro do prefeito cassado, um caderno manuscrito aprendido pela polícia onde eram anotados pagamentos feitos em dinheiro. Paulo Bernardo estaria identificado na sigla P.B. e André Vargas estava identificado pelo nome por extenso.
Vargas confirmou os recebimentos, mas alegou que eram para campanha eleitoral, buscando encaminhar as denúncias para o terreno do Caixa 2, uma situação mais fácil de administrar, tanto politicamente quanto no aspecto jurídico. Com se vê, essa história vem de longe.
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POR José Pires
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