A alegria é geral entre os petistas, mas uns se destacam mais neste contentamento, como é o caso do deputado paranaense André Vargas, que mostra um deslumbramento notável nesta política de ciscar no lixo. Vargas é um caso notável dos 15 minutos de fama predito por Andy Warhol e hoje muito comum na política brasileira. Ele é o mais famoso desconhecido da hora. Foi alçado do anonimato do baixo clero para um cargo de ressonância nacional na campanha da candidata do Lula.
É secretário de comunicação do PT nacional. E isso explica muita coisa, a começar pela cada vez mais baixa estatura de capacidade dos quadros do partido, até a queda política forçada pelos descaminhos que a subida ao poder impôs às questões programáticas do partido.
Neste episódio do dossiê contra o pré-candidato José Serra, Vargas apareceu com a frase que melhor define o velho estratagema petista de acusar a vítima. “Serra se comporta como aquele que bate a carteira e sai gritando: pega ladrão!”, disse Vargas.
Quando o nível do debate político é este, dá pra imaginar o que vai pelos bastidores. É bobagem achar que existe motivo para ter medo de ser feliz. Para quem se alegra em ciscar no lixo, material é que não deve faltar.
O dossiê contra Serra derrubou da campanha de Dilma o jornalista Luiz Lanzetta, mandou para casa o coordenador e amigo da candidata, Fernando Pimentel, mas os petistas insistem na tática de acusar quem teve o bolso surripiado.
O estilo é o homem. Na semana passada, tentando antecipar uma denúncia contra a TV Globo, o deputado Vargas, espalhou em sua página no Twitter o boato de que a emissora iria cancelar a divulgação dos resultados da última pesquisa do Ibope para atender o interesse de Serra.
Uma nota escrita pelo em seu Twitter: "Corre o boato que a GLOBO vai cancelar a divulgação do IBOPE.Será que o resultado realmente foi desfavorável ao Serra?"
Depois que a TV Globo divulgou a pesquisa em seu noticiário, Vargas apagou as todas mensagens com referência ao assunto.
É a falsificação do Twitter. E o que pode parecer um detalhe, na verdade é bastante relevante. Se for seguido o exemplo do deputado petista, esta nova ferramenta de comunicação vai à falência. O Twitter exige que haja um respeito às mensagens postadas. Esse tipo de manipulação quebraria a base mais significativa do sucesso deste novo meio: a credibilidade. Não deixa de ser parecido com o que tem sido feito com a política.
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POR José Pires
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