Não sou dos que se fiam em pesquisas desses institutos atrelados a qualquer esquema de poder e prontos a fazer qualquer acordo, desde que seja do interesse de seus donos. Chega a ser impressionante que a imprensa brasileira siga montando suas pautas conforme o que dizem esses números fajutos.
Para começar, no Brasil esses institutos também prestam serviço para partidos e políticos. Até dá pra entender que a Justiça eleitoral permita suas atuações em situações de tamanho conflito de interesses. É do funcionamento da nossa "justiça". Mas que jornalistas não usem este discernimento em seu trabalho... bem, dá para enteder também, mas é lamentável.
Por enquanto com a exceção do Data Folha, todos esses institutos prestam serviços a candidatos em eleições pelo país afora. E em muitos casos são pagos para montar o panorama político que o cliente quer para sua cidade ou estado. Não é preciso nem ser muito experiente em jornalismo para saber disso. Quem já não viu em sua cidade um candidato ser catapultado à estranhas alturas eleitorais por "institutos de renome" e depois esse candidato perder feio a eleição?
Dessa forma, chega até a ser cômico ver a imprensa nacional seguindo o roteiro imposto pelas pesquisas, a maioria deles de institutos claramente atrelados ao governo Lula. É um daqueles casos em que a justificativa menos incriminadora — incompetência — ainda é a pior resposta.
Essa suposta incompetência acaba deformando o nosso processo eleitoral. O candidato que não está no topo das pesquisas deixa de ter espaço, mesmo que suas idéias sejam bem melhores que a do conjunto. Hoje em dia, para ter a atenção dos jornalista, candidato precisa ter Ibope, Sensus e Vox Populi. Bem isso é falso não só em política, mas ainda mais em jornalismo.
Não podemos esquecer também que são estes institutos que trazem os números com a popularidade de Lula, num esforço que tornou-se concentrado após o escândalo do mensalão.
É claro que atualmente a popularidade de Lula pode ser realmente bem alta, ainda que eu não acredite que está tão lá em cima. É ele aqui e Berlusconi na Itália, como o próprio político italiano destacou em sua visita nesta semana ao Brasil.
Talvez o método usado aqui seja parecido com o da Itália. No Brasil, enquanto fingem que verificam, os institutos vão construindo uma realidade junto à opinião pública. É um método bem prático: depois de um tempo, basta aferir de fato que, dia a mais ou dia a menos, o resultado acaba conferindo.
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POR José Pires
Para começar, no Brasil esses institutos também prestam serviço para partidos e políticos. Até dá pra entender que a Justiça eleitoral permita suas atuações em situações de tamanho conflito de interesses. É do funcionamento da nossa "justiça". Mas que jornalistas não usem este discernimento em seu trabalho... bem, dá para enteder também, mas é lamentável.
Por enquanto com a exceção do Data Folha, todos esses institutos prestam serviços a candidatos em eleições pelo país afora. E em muitos casos são pagos para montar o panorama político que o cliente quer para sua cidade ou estado. Não é preciso nem ser muito experiente em jornalismo para saber disso. Quem já não viu em sua cidade um candidato ser catapultado à estranhas alturas eleitorais por "institutos de renome" e depois esse candidato perder feio a eleição?
Dessa forma, chega até a ser cômico ver a imprensa nacional seguindo o roteiro imposto pelas pesquisas, a maioria deles de institutos claramente atrelados ao governo Lula. É um daqueles casos em que a justificativa menos incriminadora — incompetência — ainda é a pior resposta.
Essa suposta incompetência acaba deformando o nosso processo eleitoral. O candidato que não está no topo das pesquisas deixa de ter espaço, mesmo que suas idéias sejam bem melhores que a do conjunto. Hoje em dia, para ter a atenção dos jornalista, candidato precisa ter Ibope, Sensus e Vox Populi. Bem isso é falso não só em política, mas ainda mais em jornalismo.
Não podemos esquecer também que são estes institutos que trazem os números com a popularidade de Lula, num esforço que tornou-se concentrado após o escândalo do mensalão.
É claro que atualmente a popularidade de Lula pode ser realmente bem alta, ainda que eu não acredite que está tão lá em cima. É ele aqui e Berlusconi na Itália, como o próprio político italiano destacou em sua visita nesta semana ao Brasil.
Talvez o método usado aqui seja parecido com o da Itália. No Brasil, enquanto fingem que verificam, os institutos vão construindo uma realidade junto à opinião pública. É um método bem prático: depois de um tempo, basta aferir de fato que, dia a mais ou dia a menos, o resultado acaba conferindo.
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POR José Pires
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