A figura mais difícil de entender nesta eleição presidencial é a candidata Marina Silva, recente, bem recente no PV, e que construiu toda sua carreira política no PT. Não foram poucas vezes que declarações suas levantam dúvidas sobre qual apito que realmente ela toca na eleição e, muito mais importante, qual seria sua posição como presidente da República.
Hoje à tarde ela fez uma declaração que ficaria bem para um governista, mas nunca numa candidatura que pretenda mudar esta situação de descalabro ético criada pelo governo Lula e o PT.
Segundo ela, os que fizeram o mensalão dentro do PT “foram apenas (sic) meia dúzia”. Bem, a justificativa não vale nem como expressão, já que na própria denúncia do procurador-geral da República os denunciados passam dessa “meia dúzia” que Marina tirou sabe-se lá de onde.
São dez os denunciados com filiação no PT: José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Silvio Pereira, João Paulo Cunha, Luiz Gushiken, Henrique Pizzolato, Professor Luizinho, João Magno, Paulo Rocha. Mesmo tirando Silvio Pereira, que fez um acordo de delação premiada, ficam nove implicados no mensalão, bem mais que a “meia dúzia” da candidata do PV.
E estamos falando da alta cúpula do partido, que acabou caindo em função do escândalo. E como o mensalão evidentemente não poderia ser movimentado por apenas dez pessoas e muito menos por meia dúzia, se alguém for montar a lista vai acabar chegando a um número bem alto de petistas ligados à máquina que movimentou o esquema de compra de deputados para conseguir uma maioria governista na Câmara Federal.
E isso sem colocar na lista os petistas honestos, mas que na época do mensalão não foram firmes o suficiente nem para conter o esquema corrupto e muito menos para fazer a denúncia com determinação e buscar a punição dos culpados. E este é o caso de Marina Silva.
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POR José Pires
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