terça-feira, 3 de agosto de 2010

O presidente que não sabe o que diz

Sabemos que Lula perdeu o pudor há bastante tempo, mas ele podia ao menos evitar de se aproveitar de situações onde há vida humana em risco. Imaginem o Irã aceitando sua proposta e mandando a iraniana condenada para cá antes das eleições presidenciais. Como ele já recomeçou a derramar lágrimas com a proximidade da eleição, com certeza estaria no aeroporto para chorar abraçado com a pobre mulher. Bem, seriam cenas de fazer um marqueteiro babar de prazer.

Mas imaginem também o probelma intrenacional que uma coisa dessas traria para o Brasil. Nos países africanos onde Lula confraternizou com uma alegria que pareceu até sarcástica tem carradas de mulheres sofrendo violências e até sendo mortas. Na África do Sul, por exemplo, o estupro é um grave problema nacional, numa proporção que atinge milhares de mulheres.

Deve ter problemas semelhantes também aqui em países fronteiriços. Ou será que entre os índios bolivianos de Morales, na bolivariana Venezuela ou até mesmo lá entre os companheiros das Farcs as mulheres são tratadas de forma igualitária e sem violência? Bem, duvido muito.

Como faria o Brasil então? Só mandando uma frota de navios buscar a iraniana, com eles passando pelos portos de vários países recolhendo mulheres que sofrem violências. Para ser mais justo, os navios do governo brasileiro teriam de passar também em portos brasileiros.

Mas falemos da oferta demagógica de Lula. Tem também os problemas terríveis de adaptação no Brasil de uma mulher de cultura simples, retirada de um país totalmente diferente do nosso, até com uma língua totalmente fora dos nossos padrões. É provável até que seja uma mulher sem profissão alguma.

Então ela teria de contar com o apoio do governo brasileiro? Bem, visto por este lado, a situação piora bastante. E aí então é que teríamos um problema bem sério para administrar, pois o mundo inteiro ficaria de olho na situação desta mulher aqui no Brasil.

A oferta de Lula foi feita em cima de um palanque, com a descarada intenção de puxar o assunto porque sua candidata é uma mulher. É mais um abuso contra a coitada da iraniana, mas nem vou falar sobre isso. Mas será que Lula não conversa com ninguém antes de fazer uma proposta de tamanha importância?

É provável que tenham discutido o assunto ao pé do palanque. Pois Lula e seus assessores estão maluquinhos se pensam que vão obter algum resultado positivo fazendo política por impulso.

Será que os responsáveis pela política externa brasileira acreditavam que o governo do Irã abriria a mão de cumprir uma lei básica da teocracia que implantaram naquele país sob a força das armas? Pelo jeito achavam que sim.

Mas o Irã deu outra resposta. Disse que Lula não tem “informação suficiente” sobre o caso e que ele tem uma “personalidade emotiva”.

A frase dita pelo porta-voz do Minstério do Exterior iraniano: "O presidente (Lula) da Silva tem uma personalidade muito emotiva e humana, mas provavelmente não tem informação suficiente sobre o caso". Sejamos francos: com palavras, digamos assim, diplomáticas, estão dizendo que Lula é boboca e não sabe do que está falando.

É mais um chega-pra-lá que Lula recebe no plano internacional. É o fim do olho no olho com Ahmadinejad.

A resposta à Lula sem dúvida vem de cima. O Irã vive uma situação delicada, tanto internamente como no plano internacional. Isso exige que manifestações de governo sejam muito bem colocadas no plano internacional. A resposta saiu da boca de um porta-voz. A voz é de instâncias superiores. Cabe à Lula entender o recado: agora a conversa é a sério e para isso ele não serve. Acabou seu tempo de fazer graça mundialmente.
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POR José Pires

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