quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Contra PC Farias parecia que valia tudo

Desde os tempos da ditadura venho participando de muitas atividades políticas apartidárias e, de lá para cá, nunca vi nenhuma em que não aparecesse um grupo de petistas tentando instrumentalizar, atropelando o bom senso e sempre prontos a desrespeitar regras da democracia e até jurídicas. Como forma de emplacar estas propostas elas vinham sempre embaladas com a justificativa de que seriam usadas para o “bem”.

É bem conhecida a participação do então deputado federal, José Dirceu, na maquinação feita pela revista Veja para não infringir a lei com a publicação das declarações do Imposto de Renda de Paulo César Farias, o tesoureiro da campanha do então presidente Fernando Collor. Os editores da revista pensavam em publicar os documentos quem tinham nas mãos, mas poderia incorrer em um crime. Foi combinado então com Dirceu que a revista afirmaria que as declarações de renda haviam sido encaminhadas anonimamente a ele, antes de chegar ao conhecimento da revista. Dessa forma, estaria criado um “fato legislativo”, uma defesa legal para que a revista não corresse o risco de ser processada. E assim foi feito.

Este episódio é dos mais interessantes pelo que mostra da reviravolta da esquerda brasileira. As ações concatenadas entre Dirceu e a Veja eram para atingir Fernando Collor. Hoje os petistas estão juntos com Collor, inclusive com pessoas íntimas do então presidente, como o dono do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, e o líder da tropa de choque collorida, Renan Calheiros, além de outros políticos ligados ao esquema.

Outro fato curioso é que, na época, um jornalista como o editor da Carta Capital, Mino Carta, pelejava para encontrar material para derrubar Collor, o que acabou aparecendo com a hiostória do Fiat Elba revelada pela revista. Hoje, Coimbra e Carta estão juntos na mesma revista, bem ativos na defesa de Dilma.

É claro que se podia alegar que qualquer recurso podia ser visto como válido contra alguém como PC Farias. O problema, como eu já disse, é parar a coisa depois, como estamos vendo agora. O fato é que coisa não parou, com a diferença que hoje a revista Veja está no lado adversário e e Collor e Dirceu juntaram as armas em defesa de Lula. Mas não faltam veículos para o serviço, alguns criados exclusivamente para isso, na profusão de sites e blogs da nossa internet.
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POR José Pires

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