A nossa pobre República tem mesmo graves problemas em DNAs variados que corroem suas estruturas. O do lulo-petismo já está bem claro. Instrumentalização do Estado, favorecimentos pessoais cada vez mais amplos, ataques agressivos aos adversários por meio de tudo quanto é meio que for possível, inclusive na ilegalidade de dossiês e violação de sigilos, os sigilos de imposto de renda ou o uso da estrutura do estado para vasculhar contas antigas da presidência da república, como foi feito contra Ruth Cardoso e o marido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Não podemos esquecer também o componente autoritário desse DNA, que para transformar-se em totalitarismo não precisa nem de procurar substância ativa de fora de seu proprio organismo.
A ministra Erenice Guerra está aí encalacrada em mais este escândalo petista, não? Pois é bom lembrar que ela estava também metida no dossiê contra Ruth Cardoso e FHC. O que se diz até hoje é que os tucanos fizeram uma acordo na época para deixar a coisa pra lá. Pode até não ter acontecido isso, mas o fato é que a oposição não agiu com rigor para que tudo ficasse esclarecido. Bem, tinha que dar nisso, não?
Acaba valendo tudo, pois eles não são brecados. Agora estão pensando até no extermínio de partidos adversários,como confessou nesta semana o presidente Lula em um comício muito animado, que seus adversários, com toda razão, acham até que tinha cachaça como combustível.
Nada contra a cachaça, mas é mesmo bom evitar a mistura com comício. Mas o problema central não é o álcool, até porque tanto Winston Churchill quando Stalin enxugavam bem. E um era totalitário e o outro não.
O problema é mesmo o DNA. Quando estourou o escândalo de corrupção no Amapá logo me perguntei porque não tinha aparecido na lambança ainda o nome do senador José Sarney. Sarney, como já é notório, é um senador maranhense eleito pelo Amapá.
O nome dele não apareceu de primeira, mas em terra onde tem Sarney, é difícil que brote um escândalo sem que apareça um deles no meio. Pois o senador José Sarney já surgiu na história que levou à prisão do atual governador do Aamapá e candidato à reeleição e do governador anterior por dois mandatos.
Sarney é responsável pela nomeação de um pivô importante do esquema de corrupção do Amapá. E foi bem parecida com uma imposição a escolha do nome, feita em seu gabinete em Brasília. Ou seja, tem falta de decoro aí.
A definição de Aldo Alves Ferreira para a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado teve a interferência direta de Sarney, segundo depoimento feito à Polícia Federal pelo assessor jurídico da secretaria, Luiz Mário Araújo de Lima.
Conforme o que disse Lima, a coisa é feia. A nomeação de Aldo Alves Ferreira para a secretaria teria sido feita em pagamento a um favor prestado ao então governador do Amapá, Waldez Góes, que está preso. Ferreira era da PF do Amapá e flagrou uma transação ilegal em dinheiro no governo Waldez. E deixou pra, lá é claro.
Vejam a parte do depoimento em que José Sarney é citado: "Que Aldo teria assumido a secretaria alguns meses antes, 4 ou 5 meses; que soube através de terceiros que o secretário Aldo teria assumido o cargo em decorrência de favor prestado quando atuante da Superintendência da Polícia Federal do Amapá ao governador Valdez Goes e sua esposa Marília; que segundo relato no decorrer de uma investigação da Polícia Federal Valdez e Marília teriam sido observados recebendo dinheiro decorrente de mude nas licitações e contratos; que consta que Bispo teria sido chamado a Brasília pela deputada federal Fátima Pelaes para uma conversa que teria ocorrido no gabinete do senador José Sarney; que no gabinete estariam presentes os senadores José Sarney, Gilvam Borges, a deputada Fátima e Bispo, e numa sala ao lado estaria o governador Valdez Góes; que na reunião foi discutida a exigência feita por Aldo de assumir a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Amapá, e isso, sem interferências políticas externas; que o senador Gilvam teria sido contra por entender que a exigência de Aldo era demasiada, sendo que o senador Sarney o admoestou dizendo que quem estava precisando de favor eram eles e não Aldo; que nessa reunião, então, foi confirmado que Aldo assumiria a Sejusp".
É interessante a repreensão de Sarney, lembrando o "favor" prestado por Aldo, que acabou sendo nomeado, vejam só, para cuidar da segurança pública do Amapá. Tudo foi feito no gabinete de Sarney no Senado, o que evidentemente pode configurar delitos cometidos na função de senador. E quando é que alguém da oposição vai pedir o impeachment do senador maranhense eleito pelo Amapá?
É difícil que algo aconteça também neste caso de corrupção, mesmo com o nome de Sarney envolvido dessa forma. E aqui temos mais um DNA e este não é só o da política brasileira: é o DNA do próprio brasileiro com sua eterna dificuldade de ir a fundo nas questões coletivas.
Com a falta de rigor os problemas vão crescendo, as gangues vão se apoderando do Estado. A crescente corrupção é nda mais nada menos o efeito deste traço da personalidade do brasileiro de deixar tudo como está. Dessa forma não tem como não piorar.
POR José Pires
Não podemos esquecer também o componente autoritário desse DNA, que para transformar-se em totalitarismo não precisa nem de procurar substância ativa de fora de seu proprio organismo.
A ministra Erenice Guerra está aí encalacrada em mais este escândalo petista, não? Pois é bom lembrar que ela estava também metida no dossiê contra Ruth Cardoso e FHC. O que se diz até hoje é que os tucanos fizeram uma acordo na época para deixar a coisa pra lá. Pode até não ter acontecido isso, mas o fato é que a oposição não agiu com rigor para que tudo ficasse esclarecido. Bem, tinha que dar nisso, não?
Acaba valendo tudo, pois eles não são brecados. Agora estão pensando até no extermínio de partidos adversários,como confessou nesta semana o presidente Lula em um comício muito animado, que seus adversários, com toda razão, acham até que tinha cachaça como combustível.
Nada contra a cachaça, mas é mesmo bom evitar a mistura com comício. Mas o problema central não é o álcool, até porque tanto Winston Churchill quando Stalin enxugavam bem. E um era totalitário e o outro não.
O problema é mesmo o DNA. Quando estourou o escândalo de corrupção no Amapá logo me perguntei porque não tinha aparecido na lambança ainda o nome do senador José Sarney. Sarney, como já é notório, é um senador maranhense eleito pelo Amapá.
O nome dele não apareceu de primeira, mas em terra onde tem Sarney, é difícil que brote um escândalo sem que apareça um deles no meio. Pois o senador José Sarney já surgiu na história que levou à prisão do atual governador do Aamapá e candidato à reeleição e do governador anterior por dois mandatos.
Sarney é responsável pela nomeação de um pivô importante do esquema de corrupção do Amapá. E foi bem parecida com uma imposição a escolha do nome, feita em seu gabinete em Brasília. Ou seja, tem falta de decoro aí.
A definição de Aldo Alves Ferreira para a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado teve a interferência direta de Sarney, segundo depoimento feito à Polícia Federal pelo assessor jurídico da secretaria, Luiz Mário Araújo de Lima.
Conforme o que disse Lima, a coisa é feia. A nomeação de Aldo Alves Ferreira para a secretaria teria sido feita em pagamento a um favor prestado ao então governador do Amapá, Waldez Góes, que está preso. Ferreira era da PF do Amapá e flagrou uma transação ilegal em dinheiro no governo Waldez. E deixou pra, lá é claro.
Vejam a parte do depoimento em que José Sarney é citado: "Que Aldo teria assumido a secretaria alguns meses antes, 4 ou 5 meses; que soube através de terceiros que o secretário Aldo teria assumido o cargo em decorrência de favor prestado quando atuante da Superintendência da Polícia Federal do Amapá ao governador Valdez Goes e sua esposa Marília; que segundo relato no decorrer de uma investigação da Polícia Federal Valdez e Marília teriam sido observados recebendo dinheiro decorrente de mude nas licitações e contratos; que consta que Bispo teria sido chamado a Brasília pela deputada federal Fátima Pelaes para uma conversa que teria ocorrido no gabinete do senador José Sarney; que no gabinete estariam presentes os senadores José Sarney, Gilvam Borges, a deputada Fátima e Bispo, e numa sala ao lado estaria o governador Valdez Góes; que na reunião foi discutida a exigência feita por Aldo de assumir a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Amapá, e isso, sem interferências políticas externas; que o senador Gilvam teria sido contra por entender que a exigência de Aldo era demasiada, sendo que o senador Sarney o admoestou dizendo que quem estava precisando de favor eram eles e não Aldo; que nessa reunião, então, foi confirmado que Aldo assumiria a Sejusp".
É interessante a repreensão de Sarney, lembrando o "favor" prestado por Aldo, que acabou sendo nomeado, vejam só, para cuidar da segurança pública do Amapá. Tudo foi feito no gabinete de Sarney no Senado, o que evidentemente pode configurar delitos cometidos na função de senador. E quando é que alguém da oposição vai pedir o impeachment do senador maranhense eleito pelo Amapá?
É difícil que algo aconteça também neste caso de corrupção, mesmo com o nome de Sarney envolvido dessa forma. E aqui temos mais um DNA e este não é só o da política brasileira: é o DNA do próprio brasileiro com sua eterna dificuldade de ir a fundo nas questões coletivas.
Com a falta de rigor os problemas vão crescendo, as gangues vão se apoderando do Estado. A crescente corrupção é nda mais nada menos o efeito deste traço da personalidade do brasileiro de deixar tudo como está. Dessa forma não tem como não piorar.
POR José Pires
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