O jornal El País traz hoje um belo presente para seus leitores, no dia em que a Espanha comemora os 30 anos de uma grande vitória da sua democracia. Em 28 de fevereiro de 1981 o tenente coronel Antonio Tejero Molina tentou um golpe de estado para anular a delicada transição para a democracia que o país vivia desde a morte do ditador Francisco Franco, ocorrida em novembro de 1975.
A ditadura fascista de Franco perdurou por 36 anos e isolou a Espanha de todas as transformações vividas pelos países democráticos da Europa, num período de censura, repressão, mortes e péssimo desenvolvimento econômico. Nos últimos anos do franquismo o país era um dos mais atrasados daquele continente, de par com Portugal salazarista, outra terra que também não encontrou a liberdade após a derrota do nazismo.
Na tarde de 23 de fevereiro de 1981, Tejero Molina invadiu o Congresso dos Deputados liderando cerca de duas centenas de soldados da Guarda Civil, uma espécie de polícia militar da Espanha. O Congresso celebrava a posse de Leopoldo Calvo-Sotelo como presidente do governo, cargo equivalente ao de primeiro-ministro — o mesmo ocupado na atualidade por José Luis Rodriguez Zapatero.
Os golpistas fortemente armados dominaram os congressistas, que foram obrigados a se deitar no chão. O chefe da conspiração subiu à tribuna com uma pistola na mão. A foto publicada na segunda edição especial de El País da uma da madrugada de 24 de fevereiro correu o mundo e tornou-se uma imagem famosa. Veja ela abaixo.
O relato desses momentos históricos é o presente do El País, com as sete edições especiais do jornal impressas entre a noite do dia 23 e a tarde do dia seguinte, no mesmo período de 17 horas que durou o frustrado golpe, as mais longas horas da democracia espanhola, como diz o jornal.
Nem é preciso dizer que é um material muito bom. O El País já é bastante conhecido como um jornal muito bem feito, qualidade antiga mantida até hoje e que conseguiram também repassar para o site da publicação na internet.
Tem jornal que depois de lido vira papel velho. Outros se tornam documentos importantes. Aqui temos um desses casos especiais, de um jornalismo feito com coragem e por isso mais digno.
Estas edições do El País acabam tendo um valor muito especial porque trazem os fatos e são ao mesmo tempo parte expressiva dos acontecimentos narrados, pelo papel relevante desse jornalismo atuante naquele momento delicado da democracia espanhola. O jornal se declarou de imediato pelo respeito à Constituição e a cada nova edição certamente foi um reforço de peso na resistência ao golpe. Foi uma demonstração histórica da importância da imprensa na defesa e construção da democracia.
Para baixar as sete edições, clique aqui.
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POR José Pires
A ditadura fascista de Franco perdurou por 36 anos e isolou a Espanha de todas as transformações vividas pelos países democráticos da Europa, num período de censura, repressão, mortes e péssimo desenvolvimento econômico. Nos últimos anos do franquismo o país era um dos mais atrasados daquele continente, de par com Portugal salazarista, outra terra que também não encontrou a liberdade após a derrota do nazismo.
Na tarde de 23 de fevereiro de 1981, Tejero Molina invadiu o Congresso dos Deputados liderando cerca de duas centenas de soldados da Guarda Civil, uma espécie de polícia militar da Espanha. O Congresso celebrava a posse de Leopoldo Calvo-Sotelo como presidente do governo, cargo equivalente ao de primeiro-ministro — o mesmo ocupado na atualidade por José Luis Rodriguez Zapatero.
Os golpistas fortemente armados dominaram os congressistas, que foram obrigados a se deitar no chão. O chefe da conspiração subiu à tribuna com uma pistola na mão. A foto publicada na segunda edição especial de El País da uma da madrugada de 24 de fevereiro correu o mundo e tornou-se uma imagem famosa. Veja ela abaixo.
O relato desses momentos históricos é o presente do El País, com as sete edições especiais do jornal impressas entre a noite do dia 23 e a tarde do dia seguinte, no mesmo período de 17 horas que durou o frustrado golpe, as mais longas horas da democracia espanhola, como diz o jornal.
Nem é preciso dizer que é um material muito bom. O El País já é bastante conhecido como um jornal muito bem feito, qualidade antiga mantida até hoje e que conseguiram também repassar para o site da publicação na internet.
Tem jornal que depois de lido vira papel velho. Outros se tornam documentos importantes. Aqui temos um desses casos especiais, de um jornalismo feito com coragem e por isso mais digno.
Estas edições do El País acabam tendo um valor muito especial porque trazem os fatos e são ao mesmo tempo parte expressiva dos acontecimentos narrados, pelo papel relevante desse jornalismo atuante naquele momento delicado da democracia espanhola. O jornal se declarou de imediato pelo respeito à Constituição e a cada nova edição certamente foi um reforço de peso na resistência ao golpe. Foi uma demonstração histórica da importância da imprensa na defesa e construção da democracia.
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POR José Pires
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