Em meio à crise nuclear japonesa provocada pelo acidente na usina de Fukushima o lobby nuclear se movimenta inclusive no Brasil. E como rola muito dinheiro nessa área os interesses são muito fortes. O governo do PT reativou as usinas nucleares de Angra dos Reis depois delas ficarem paradas durante 23 anos. E já está em andamento a construção de mais quatro usinas em diferentes estados.
Com o acidente em Fukushima, em países onde a população tem mais poder de influência sobre suas lideranças a tendência é que os projetos nucleares sejam repensados, até com possível desistência da construção de novas usinas.
O acidente nuclear no Japão também já começa a mudar bastante as preocupações com segurança nos países com usinas em funcionamento. Em qualquer lugar em que a opinião pública exerce forte pressão sobre seus dirigentes a relação com a energia nuclear não será a mesma de antes de Fukushima, principalmente no tocante à segurança.
A coisa é tão grave que até políticos como a chanceler alemã Angela Merkel, que de verde não tem nada, mas nada mesmo, estão agindo com mais rigor neste assunto. Merkel suspendeu o plano que estendia o prazo de vida de usinas nucleares no país. E esta extensão era uma decisão de seu próprio partido.
A China suspendeu a aprovação de todos os projetos de usinas nucleares, mesmo os que já estavam nos estágios iniciais. Todas vão passar por uma revisão dos padrões de segurança. Também passará a haver a exigência de segurança em todas as usinas já existentes.
Este maior cuidado com os programas de energia nuclear necessariamente vai implicar em maiores custos, o que pode afetar os lucros da empresas do setor, todas multinacionais e de grande poder econômico.
Uma conseqüência imediata será a busca dessas empresas por mercados mais maleáveis. Isso já acontecia antes de Fukushima, com os fortes lobbies atuando para abrir espaços em países onde a classe dirigente permita maiores lucros com menores exigências.
Para se instalar com menos incomodações, as empresas do setor são capazes de pagar cientistas e estudiosos de várias áreas para emitirem opinião favorável ao uso de energia nuclear. É verdade que alguns acadêmicos e intelectuais fazem isso de graça e até com certa ingenuidade, como se o debate de um tema como esse estivesse sendo estabelecido da forma mais democrática.
As empresas não podem se arriscar com esse tipo de coisa. Então, o debate é muito bem azeitado por elas com especialistas que até interpretam um papel de independência para dar mais credibilidade ao uso da energia nuclear.
Compram-se também os políticos, é claro. E, nesse caso, aqui no Brasil o lobby nuclear não terá dificuldade alguma. Aliás, pelo que se vê parece que já não está tendo.
Político brasileiro se presta a todo tipo de serviço. Se o pagamento for bom, tem gente no nosso Congresso que é capaz até de ter atitudes patrióticas. E no caso da corrupção brasileira isso pode ser até uma elevação de categoria. O patife pode passar da atividade ordinária de roubar dinheiro da saúde pública e elevar de status como corrupto nuclear.
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POR José Pires
Com o acidente em Fukushima, em países onde a população tem mais poder de influência sobre suas lideranças a tendência é que os projetos nucleares sejam repensados, até com possível desistência da construção de novas usinas.
O acidente nuclear no Japão também já começa a mudar bastante as preocupações com segurança nos países com usinas em funcionamento. Em qualquer lugar em que a opinião pública exerce forte pressão sobre seus dirigentes a relação com a energia nuclear não será a mesma de antes de Fukushima, principalmente no tocante à segurança.
A coisa é tão grave que até políticos como a chanceler alemã Angela Merkel, que de verde não tem nada, mas nada mesmo, estão agindo com mais rigor neste assunto. Merkel suspendeu o plano que estendia o prazo de vida de usinas nucleares no país. E esta extensão era uma decisão de seu próprio partido.
A China suspendeu a aprovação de todos os projetos de usinas nucleares, mesmo os que já estavam nos estágios iniciais. Todas vão passar por uma revisão dos padrões de segurança. Também passará a haver a exigência de segurança em todas as usinas já existentes.
Este maior cuidado com os programas de energia nuclear necessariamente vai implicar em maiores custos, o que pode afetar os lucros da empresas do setor, todas multinacionais e de grande poder econômico.
Uma conseqüência imediata será a busca dessas empresas por mercados mais maleáveis. Isso já acontecia antes de Fukushima, com os fortes lobbies atuando para abrir espaços em países onde a classe dirigente permita maiores lucros com menores exigências.
Para se instalar com menos incomodações, as empresas do setor são capazes de pagar cientistas e estudiosos de várias áreas para emitirem opinião favorável ao uso de energia nuclear. É verdade que alguns acadêmicos e intelectuais fazem isso de graça e até com certa ingenuidade, como se o debate de um tema como esse estivesse sendo estabelecido da forma mais democrática.
As empresas não podem se arriscar com esse tipo de coisa. Então, o debate é muito bem azeitado por elas com especialistas que até interpretam um papel de independência para dar mais credibilidade ao uso da energia nuclear.
Compram-se também os políticos, é claro. E, nesse caso, aqui no Brasil o lobby nuclear não terá dificuldade alguma. Aliás, pelo que se vê parece que já não está tendo.
Político brasileiro se presta a todo tipo de serviço. Se o pagamento for bom, tem gente no nosso Congresso que é capaz até de ter atitudes patrióticas. E no caso da corrupção brasileira isso pode ser até uma elevação de categoria. O patife pode passar da atividade ordinária de roubar dinheiro da saúde pública e elevar de status como corrupto nuclear.
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POR José Pires
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