sexta-feira, 10 de junho de 2011

Devagar com as tendências, companheiros

Artigo de José Dirceu espalhado pela internet avisa: "Vitória de Humala confirma tendência na América Latina". A tendência de que fala o deputado cassado por falta de decoro é de — todo mundo sentado, que é para não cair com o espanto — "transformações históricas na América do Sul". A maluquice de botar América Latina no título e falar da América do Sul no texto é por conta dele. Devem pensar que é a mesma coisa, mas é melhor para o México que seja América do Sul, pois assim eles ficam livres dos vaticínios do chefe do mensalão.

Mas petista tem dessas coisas. Tudo para eles é "tendência", como se a roda da história girasse impulsionada por seus maus textos. O pior é quando metem o país em discussões que na verdade nada tem de importante. Lembram do homem do chapéu de Honduras? Pois é, quanto tempo perdido com aquela conversa.

É tendência para isso, tendência para aquilo, sempre que um cupincha ideológico deles vence alguma eleição eles vêm com essa lorota de "tendência".

E falando no assunto específico do ex-capitão do Lula que saiu chutado para fora do campo, por pouco Keiko Jujimori não leva a faixa no Peru. Se isso acontecesse a "tendência" seria qual? Bem, aí Dirceu amoitaria esse negócio de "tendência".

Outro que era uma "tendência" de transformação aqui pra baixo era o presidente da Bolívia, Evo Morales, mas parece que o cocalero se aquietou. Resolveu diversificar: agora não é só coca. Entrou no ramo de carros roubados. Anteontem ele promulgou uma lei que legaliza cerca de 200 mil carros contrabandeados para a Bolívia, a maioria roubados no Chile e no Brasil.

Morales diz que fez a lei para os pobres. Sempre é assim. Não é difícil que ainda ouçamos um dia um mensaleiro dizer que aquela grana toda era em favor dos pobres. "Todos temos direito de ter nosso carro", disse o presidente boliviano ao promulgar a lei. É a mesma conversa de qualquer ladrão de carro.

Bem, se até agora 200 mil carros roubados rodavam tranquilos por lá era porque o governo boliviano fechava os olhos para a ladroagem. Será que isso também é uma "tendência" desses governos transformadores?
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POR José Pires

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