Dilma Roussef segue impávida na linha que marqueteiros a convenceram a seguir. É bem verdade que segue impávida porque a imprensa aceita a farsa da imagem da presidente que assume uma atitude crítica frente à corrupção, de forma diferente de Lula. O destemor também é em razão da falta de uma oposição que lhe puxe as orelhas com rigor.
Mas, enfim, é o que Dilma faz na presidência da República, onde ela se diz espantada de estar cercada de corruptos. E se ela descobriu só agora que está no meio de uma imensa rede de corrupção, então temos mesmo que crer que é uma dos idiotas mencionados por seu ministro da Defesa, Nelson Jobim, em festa de tucanos.
Ontem, seguindo a receita marqueteira, ela disse que "o Brasil ainda tem 'um Chile' de miseráveis". A frase é daquelas que com certeza saiu de um brainstorm em reunião de publicitários. Segundo ela, embora o Brasil tenha conseguido tirar "uma Argentina da miséria" (40 milhões de pessoas), ainda resta "um Chile de miseráveis" (16 milhões).
Chega a ser engraçado. A idéia evidente com esse tipo de conversa é diferenciá-la do Lula. Mas os marqueteiros colocam em sua boca uma frase que lembram as bobajadas que Lula dizia quando era presidente, suas famosas lulices que ele continua soltando mesmo depois de deixar o cargo.
É nessas horas que argentinos e chilenos devem se perguntar o que é que eles tem a ver com o babado e as tretas e mutretas dos petistas no Brasil. Nada, é claro. É só uma frase de efeito construída por marqueteiros. E marqueteiro algum se preocuparia com as consequências externas de suas criações, desde que eles tenham o efeito central perseguido.
O problema é que Dilma não é mais uma candidata. É presidente da República, uma outra dimensão em que as palavras adquirem peso bem diferente do que quando são ditas em palanque. Podem colocar mais esta besteira na balança do mal-estar criado por petistas com países amigos. Mas por que uma pessoa vai se preocupar com Argentina e Chile, sendo de um partido que estragou até as boas relações históricas que sempre tivemos com a Itália só para abrigar aqui um criminoso, que foi o que os petistas fizeram com Cesare Batistti?
Com a estranha citação do Chile — não seria mais simples dizer simplesmente o número de miseráveis que ela acha que tem o Brasil? — Dilma faz lembrar outra menção a aquele país feita pelo Lula. Foi em conversas privadas que Lula disse o seguinte: "O Chile é uma m.... O Chile é uma piada. Eles fazem os acordos lá deles com os americanos. Querem mais é que a gente se f... por aqui".
A história é contada no livro "Viagens com o Presidente - Dois repórteres no encalço de Lula do Planalto ao Exterior", dos jornalistas Eduardo Scolese e Leonencio Nossa, livrinho que, aliás, desapareceu de vista, não é memo? O livro junta uma porção de barbaridades ditas e feitas por Lula na intimidade do poder. O insulto ao Chile teve um destaque na imprensa chilena.
Deixemos pra lá a lorota de que o Brasil tirou "uma Argentina da miséria". Isso só tem credibilidade se a gente acreditar que não passa necessidades alguém que ganha mais de cem, duzentos, ou até quinhentos reais. Mas ela diz que ainda temos "um Chile de miseráveis". Pois o problema é que temos "um Brasil de autoridades políticas".
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POR José Pires
Mas, enfim, é o que Dilma faz na presidência da República, onde ela se diz espantada de estar cercada de corruptos. E se ela descobriu só agora que está no meio de uma imensa rede de corrupção, então temos mesmo que crer que é uma dos idiotas mencionados por seu ministro da Defesa, Nelson Jobim, em festa de tucanos.
Ontem, seguindo a receita marqueteira, ela disse que "o Brasil ainda tem 'um Chile' de miseráveis". A frase é daquelas que com certeza saiu de um brainstorm em reunião de publicitários. Segundo ela, embora o Brasil tenha conseguido tirar "uma Argentina da miséria" (40 milhões de pessoas), ainda resta "um Chile de miseráveis" (16 milhões).
Chega a ser engraçado. A idéia evidente com esse tipo de conversa é diferenciá-la do Lula. Mas os marqueteiros colocam em sua boca uma frase que lembram as bobajadas que Lula dizia quando era presidente, suas famosas lulices que ele continua soltando mesmo depois de deixar o cargo.
É nessas horas que argentinos e chilenos devem se perguntar o que é que eles tem a ver com o babado e as tretas e mutretas dos petistas no Brasil. Nada, é claro. É só uma frase de efeito construída por marqueteiros. E marqueteiro algum se preocuparia com as consequências externas de suas criações, desde que eles tenham o efeito central perseguido.
O problema é que Dilma não é mais uma candidata. É presidente da República, uma outra dimensão em que as palavras adquirem peso bem diferente do que quando são ditas em palanque. Podem colocar mais esta besteira na balança do mal-estar criado por petistas com países amigos. Mas por que uma pessoa vai se preocupar com Argentina e Chile, sendo de um partido que estragou até as boas relações históricas que sempre tivemos com a Itália só para abrigar aqui um criminoso, que foi o que os petistas fizeram com Cesare Batistti?
Com a estranha citação do Chile — não seria mais simples dizer simplesmente o número de miseráveis que ela acha que tem o Brasil? — Dilma faz lembrar outra menção a aquele país feita pelo Lula. Foi em conversas privadas que Lula disse o seguinte: "O Chile é uma m.... O Chile é uma piada. Eles fazem os acordos lá deles com os americanos. Querem mais é que a gente se f... por aqui".
A história é contada no livro "Viagens com o Presidente - Dois repórteres no encalço de Lula do Planalto ao Exterior", dos jornalistas Eduardo Scolese e Leonencio Nossa, livrinho que, aliás, desapareceu de vista, não é memo? O livro junta uma porção de barbaridades ditas e feitas por Lula na intimidade do poder. O insulto ao Chile teve um destaque na imprensa chilena.
Deixemos pra lá a lorota de que o Brasil tirou "uma Argentina da miséria". Isso só tem credibilidade se a gente acreditar que não passa necessidades alguém que ganha mais de cem, duzentos, ou até quinhentos reais. Mas ela diz que ainda temos "um Chile de miseráveis". Pois o problema é que temos "um Brasil de autoridades políticas".
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POR José Pires
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