Quem está fazendo falta neste caso da destruição da base militar e científica do Brasil na Antártida é o ex-presidente Lula. Era interessante observar suas tiradas quando aconteciam coisas parecidas em seu governo.
Lula só não poderia repetir o que falou em agosto de 2003 quando aconteceu a tragédia em Alcântara, no Maranhão com a explosão do foguete causando a morte de 21 pessoas. Lula disse então que “há males que vem para bem”. Naquela época o Supremo Apedeuta se colocava no papel do governante que chegava para consertar o Brasil.
A frase idiota que desconsiderava o tamanho da tragédia era só o começo. Tantas outras viriam depois, mas, dando um desconto à sua conhecida coleção de bobagens expressadas como se fossem pérolas de sabedoria, é provável que ele estivesse tentando dizer que a partir do conhecimento do erro seria possível consertá-lo e até melhorar a condução a partir dali.
Mas a história é bem diferente neste incêndio que destruiu a base brasileira da Antártida, onde também morreram dois oficiais do Exército. Na época da tragédia de Alcântara o PT estava em início de governo e havia até algum sentido que viessem com a conversa da “herança maldita”, como de fato vieram e não só neste assunto como também em tantos outros. Mas agora, no caso da Antártida, já vamos para dez anos de governos ininterruptos do PT. Não dá para culpar tucanos. E nem os pobres dos pingüins.
Mas a cobrança de resultados nesta área deixa os governos do PT numa situação muito ruim. Bastaria dizer que o ministério que cuida do assunto, o da Ciência e Tecnologia, é uma das pastas menos valorizadas deste governo. E isso quando já avançamos uma década do século 21, numa situação mundial em que a ciência e a tecnologia são cada vez mais indispensáveis até para a prevenção dos inevitáveis danos que já aparecem no horizonte. E a Antártida é um dos terrenos essenciais para a compreensão do que vem ocorrendo com o planeta, além de ser um ponto estratégico também essencial.
Pois o ministério que cuida disso é tão de segunda linha que o ministro anterior, o revogável Aloizio Mercadante, teve uma promoção para o ministério da Educação antes de mostrar qualquer serviço. O nome do ministro atual não interessa, mas alguém sabe de algo que Mercadante fez no ministério da Ciência e Tecnologia para merecer a promoção de cargo?
O descaso deste governo com o conhecimento científico pode ser mostrado nos números relacionados à base da Antártida que se foi com o incêndio. Em 2011 a Missão Antártida tinha para investimento em infraestrutura R$ 16,5 milhões. Em 2012 o orçamento é de R$ 9,78 milhões, uma queda de 41%. Até parlamentares do governo dizem que um orçamento desta ordem não permite que a estrutura física e de logística ofereça sustentação às pesquisas.
O metereologista Rubens Junqueira Villela foi o primeiro brasileiro a chegar ao polo sul, em novembro de 1961. Conhece bem a situação das pesquisas na Antártida. O site do Estadão ouviu dele que a situação já estava complicada antes do acidente. "A distribuição de verba era muito irregular, ano tinha, ano não tinha. Isso acaba prejudicando as pesquisas", ele disse.
A recuperação da estação brasileira no continente gelado vai levar pelo menos dois anos e sua destruição pelo fogo foi um fiasco internacional para o Brasil. O governo federal terá também de retirar a embarcação brasileira que afundou por lá em dezembro de 2011, com 10 mil litros de óleo combustível. Nos dias anteriores ao incêndio na estação a preocupação do governo Dilma era a de abafar o naufrágio.
Em razão dos problemas do desmatamento que pode levar à destruição da Amazônia, o Brasil já sofre com um descrédito internacional bem forte sobre sua capacidade para cuidar do próprio quintal. É preciso tomar mais cuidado para o país não criar fama de incompetência também em terrenos mais distantes.
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POR José Pires
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Lula só não poderia repetir o que falou em agosto de 2003 quando aconteceu a tragédia em Alcântara, no Maranhão com a explosão do foguete causando a morte de 21 pessoas. Lula disse então que “há males que vem para bem”. Naquela época o Supremo Apedeuta se colocava no papel do governante que chegava para consertar o Brasil.
A frase idiota que desconsiderava o tamanho da tragédia era só o começo. Tantas outras viriam depois, mas, dando um desconto à sua conhecida coleção de bobagens expressadas como se fossem pérolas de sabedoria, é provável que ele estivesse tentando dizer que a partir do conhecimento do erro seria possível consertá-lo e até melhorar a condução a partir dali.
Mas a história é bem diferente neste incêndio que destruiu a base brasileira da Antártida, onde também morreram dois oficiais do Exército. Na época da tragédia de Alcântara o PT estava em início de governo e havia até algum sentido que viessem com a conversa da “herança maldita”, como de fato vieram e não só neste assunto como também em tantos outros. Mas agora, no caso da Antártida, já vamos para dez anos de governos ininterruptos do PT. Não dá para culpar tucanos. E nem os pobres dos pingüins.
Mas a cobrança de resultados nesta área deixa os governos do PT numa situação muito ruim. Bastaria dizer que o ministério que cuida do assunto, o da Ciência e Tecnologia, é uma das pastas menos valorizadas deste governo. E isso quando já avançamos uma década do século 21, numa situação mundial em que a ciência e a tecnologia são cada vez mais indispensáveis até para a prevenção dos inevitáveis danos que já aparecem no horizonte. E a Antártida é um dos terrenos essenciais para a compreensão do que vem ocorrendo com o planeta, além de ser um ponto estratégico também essencial.
Pois o ministério que cuida disso é tão de segunda linha que o ministro anterior, o revogável Aloizio Mercadante, teve uma promoção para o ministério da Educação antes de mostrar qualquer serviço. O nome do ministro atual não interessa, mas alguém sabe de algo que Mercadante fez no ministério da Ciência e Tecnologia para merecer a promoção de cargo?
O descaso deste governo com o conhecimento científico pode ser mostrado nos números relacionados à base da Antártida que se foi com o incêndio. Em 2011 a Missão Antártida tinha para investimento em infraestrutura R$ 16,5 milhões. Em 2012 o orçamento é de R$ 9,78 milhões, uma queda de 41%. Até parlamentares do governo dizem que um orçamento desta ordem não permite que a estrutura física e de logística ofereça sustentação às pesquisas.
O metereologista Rubens Junqueira Villela foi o primeiro brasileiro a chegar ao polo sul, em novembro de 1961. Conhece bem a situação das pesquisas na Antártida. O site do Estadão ouviu dele que a situação já estava complicada antes do acidente. "A distribuição de verba era muito irregular, ano tinha, ano não tinha. Isso acaba prejudicando as pesquisas", ele disse.
A recuperação da estação brasileira no continente gelado vai levar pelo menos dois anos e sua destruição pelo fogo foi um fiasco internacional para o Brasil. O governo federal terá também de retirar a embarcação brasileira que afundou por lá em dezembro de 2011, com 10 mil litros de óleo combustível. Nos dias anteriores ao incêndio na estação a preocupação do governo Dilma era a de abafar o naufrágio.
Em razão dos problemas do desmatamento que pode levar à destruição da Amazônia, o Brasil já sofre com um descrédito internacional bem forte sobre sua capacidade para cuidar do próprio quintal. É preciso tomar mais cuidado para o país não criar fama de incompetência também em terrenos mais distantes.
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POR José Pires
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Imagem: Na falta de tucano para botar culpa pode sobrar para o pingüim.
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