quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A indignação seletiva no silencioso

Não se vê nenhuma comoção nas redes sociais, nenhum abaixo-assinado rolando pela internet, vídeos no Youtube, nada mesmo. Mas na noite desta terça-feira policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) atacaram manifestantes ferindo mulheres e crianças com balas de borracha.

A frieza da militância com um caso desses se deve evidentemente ao fato da repressão ter acontecido no Acre, que é governado pelo PT. A indignação seletiva se mantém inativa em casos assim.

Os manifestantes dispersados pela polícia com violência tinham fechado o acesso a uma ponte da capital, Rio Branco. Na ação da polícia teve disparos de balas de borracha, gás de pimenta e bombas de efeito moral. Os manifestantes fizeram um cordão de isolamento com crianças e mulheres, mas nem isso evitou que a polícia usasse a força.

O Acre é governado hoje pelo petista Tião Viana, que iniciou sua carreira política com o seringalista Chico Mendes e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Como tantos políticos brasileiros, Viana começou na política bem pobre — dizem que tinha apenas um fusquinha, que usava para fazer campanha no estado. E também a exemplo de tantos políticos, Viana é hoje um homem rico, ele e o irmão Jorge Viana, que foi governador por duas vezes e hoje é senador pelo PT. Os dois são muito próximos de altos dirigentes do PT nacional, inclusive de Lula, e tocam a política no Acre como se fosse um negócio familiar.

Os manifestantes que apanharam da polícia são desabrigados de um bairro de Rio Branco. O protesto era por causa do corte de energia nas áreas atingidas pelas águas do rio Acre, que inundou uma grande parte da capital.
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POR José Pires

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